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Corinthians se abre para torcida, e Mano se fecha
Presidente diz administrar para os corintianos, mas técnico se nega a recebê-los
Após goleada sobre Goiás, treinador disse que pressão
de torcedor não influenciou o time, que obteve a reação
depois de bronca interna
EDUARDO ARRUDA
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
O Corinthians parece cada
vez mais permeável à influência da torcida nesta temporada.
Pressão sobre jogadores com
rendimento ruim e conversas
constantes com a diretoria têm
sido comuns no clube alvinegro, com o apoio explícito do
presidente Andres Sanchez.
Mas, paradoxalmente, pelo
menos uma pessoa tem marcado posição de resistência a isso,
ainda que sem manifestações
diretas: Mano Menezes.
Enquanto a diretoria defende um diálogo íntimo, o treinador corintiano busca manter
distância das demandas vindas
diretamente da arquibancada.
Após a épica classificação na
Copa do Brasil, anteontem,
Mano falou sobre o peso da interferência da torcida.
"Eu tenho muito respeito pelo torcedor e por essa atitude
que ele teve [ao lotar o Morumbi], mas a cobrança que realmente produz efeito é a interna. Aquela que aponta onde você errou e onde você pode melhorar", declarou o treinador.
"Num clube democrático, nós
temos de saber lidar com isso [a
pressão da torcida], embora o
apoio numa hora ruim é sempre melhor para sairmos de
uma situação adversa."
Para o presidente corintiano,
a participação da torcida na decisão dos rumos do clube é fundamental. "Dizem que eu abri o
clube para a torcida. Eu, como
presidente, tenho a obrigação
de ouvir o torcedor, que é meu
cliente. Muitos deles são sócios
do clube, mas é claro que eles
não podem passar dos limites.
Quem manda é a diretoria."
Diferentemente de outros
técnicos que passaram pelo
clube, como por exemplo Nelsinho Baptista e Paulo César
Carpegiani, que participaram
da campanha do rebaixamento,
Mano tem como conduta não
receber grupos de torcedores.
A Gaviões da Fiel ainda espera conseguir marcar um encontro oficial com Mano. A organizada afirma apenas ter tido
contatos informais com o treinador do Corinthians.
Mano também é contra autorizar que a recém-lançada
agência de viagens, a Timão
Tur, venda pacotes que permitam que grupos de fãs viagem
com o time para acompanhar
partidas na Série B.
Sobre isso, no lançamento da
agência, Andres declarou que o
clube não fará esse tipo de restrição. Entretanto, nos pacotes
já disponíveis para a venda na
internet, pelo site oficial do Corinthians, não há a inclusão de
passagens aéreas.
A preparação do time para
começar a disputa na Série B,
porém, deverá ser feita longe
do Parque São Jorge. Hoje o
Corinthians viaja para Itu, no
interior de São Paulo.
Para Mano, seguir na Copa
do Brasil pode ter sido um marco para o time em 2008. "Eu
gostaria muito de que não seja
exceção [a goleada], mas também não iremos amassar todos
os adversários. Essa não é a realidade do futebol hoje."
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