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Pequim 2008 - A graça do esporte
Equilíbrio no ar e na água
Força e suavidade para superar os dois elementos fazem a graça destes esportes
FABIO GRIJÓ
DA REPORTAGEM LOCAL
São dois componentes da natureza que fazem as vezes de
adversários. Precisam ser superados tanto quanto o próprio limite do atleta. Ainda é necessário acertar coreografias, piruetas e gols na hora da disputa.
Nado sincronizado, saltos ornamentais e pólo aquático formam o pacote dos esportes
aquáticos em que o atleta deve
competir também contra o ar e
a água. Superar a resistência
desses dois elementos.
Manobras simples nem sempre são simples na hora H. "Tenho dificuldade de boiar", conta Lara Teixeira, que se classificou para a prova de dueto, no
nado, para a Olimpíada de Pequim, com Nayara Figueira.
"Não sei a razão, se é meu
corpo, mas é um problema. É
algo simples, que a maioria das
atletas consegue facilmente,
mas eu preciso sempre treinar
mais isso", fala, sobre o momento de ficar sobre a água
com o corpo na horizontal.
A água é encarada como uma
rival desde o início na modalidade. "Só ao longo dos anos de
prática é que você aprende a se
locomover melhor, a aprimorar
o contato com a água", diz Lara.
O ar também vira ponto de
resistência para os que pulam
da plataforma ou do trampolim. Nos saltos ornamentais, o
atleta tem de executar piruetas
com perfeição antes de cair na
piscina. Nesse instante pré-água, ele enfrenta a pressão do
ar, que atrapalha o cumprimento de seus movimentos.
Após superar o ar, chega à
água. Soma a maior nota o saltador que, no contato com a
piscina, deixar espirrar a menor quantidade de água -além
de ter o corpo em posição mais
equilibrada no mergulho.
Em nenhum desses esportes,
o competidor pode pôr os pés
no fundo da piscina. Eles têm
de bater pernas o tempo todo. É
mais um fator de resistência.
No pólo, a tarefa ainda inclui
o contato direto com o rival. Algo homem a homem, como se
fosse um "futebol aquático",
em que o gol é o alvo.
Na luta pela posse da bola,
são comuns cenas de puxões de
maiô ou sunga. É rotineiro ver
os atletas saindo do jogo com o
uniforme rasgado ou manchas
roxas espalhadas pelo corpo.
Por isso, a preparação física é
intensa para os praticantes das
três modalidades. Mesmo sob a
água, o desgaste é grande.
No nado, o desafio é manter a
potência durante os quatro minutos de apresentação. "É muito desgastante você ter de alternar força e leveza", diz Lara. "O
segredo é manter o ritmo em
toda a apresentação para, assim, ter mais chances de obter
uma boa nota final."
Além da força, é preciso boa
dose de elasticidade. Nos saltos, movimentos bem executados -elásticos- são garantia
de pontuação favorável.
No pólo, em quatro tempos
de sete minutos cada um, o jogador deve nadar atrás da bola,
marcar seu adversário, buscar o
gol e ainda se desvencilhar dos
puxões. Haja resistência.
Colaborou MARIANA BASTOS,
da Reportagem Local
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