São Paulo, sexta-feira, 02 de maio de 2008

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Pequim 2008 - A graça do esporte

Equilíbrio no ar e na água

Força e suavidade para superar os dois elementos fazem a graça destes esportes

FABIO GRIJÓ
DA REPORTAGEM LOCAL

São dois componentes da natureza que fazem as vezes de adversários. Precisam ser superados tanto quanto o próprio limite do atleta. Ainda é necessário acertar coreografias, piruetas e gols na hora da disputa. Nado sincronizado, saltos ornamentais e pólo aquático formam o pacote dos esportes aquáticos em que o atleta deve competir também contra o ar e a água. Superar a resistência desses dois elementos.
Manobras simples nem sempre são simples na hora H. "Tenho dificuldade de boiar", conta Lara Teixeira, que se classificou para a prova de dueto, no nado, para a Olimpíada de Pequim, com Nayara Figueira.
"Não sei a razão, se é meu corpo, mas é um problema. É algo simples, que a maioria das atletas consegue facilmente, mas eu preciso sempre treinar mais isso", fala, sobre o momento de ficar sobre a água com o corpo na horizontal.
A água é encarada como uma rival desde o início na modalidade. "Só ao longo dos anos de prática é que você aprende a se locomover melhor, a aprimorar o contato com a água", diz Lara.
O ar também vira ponto de resistência para os que pulam da plataforma ou do trampolim. Nos saltos ornamentais, o atleta tem de executar piruetas com perfeição antes de cair na piscina. Nesse instante pré-água, ele enfrenta a pressão do ar, que atrapalha o cumprimento de seus movimentos.
Após superar o ar, chega à água. Soma a maior nota o saltador que, no contato com a piscina, deixar espirrar a menor quantidade de água -além de ter o corpo em posição mais equilibrada no mergulho.
Em nenhum desses esportes, o competidor pode pôr os pés no fundo da piscina. Eles têm de bater pernas o tempo todo. É mais um fator de resistência.
No pólo, a tarefa ainda inclui o contato direto com o rival. Algo homem a homem, como se fosse um "futebol aquático", em que o gol é o alvo.
Na luta pela posse da bola, são comuns cenas de puxões de maiô ou sunga. É rotineiro ver os atletas saindo do jogo com o uniforme rasgado ou manchas roxas espalhadas pelo corpo.
Por isso, a preparação física é intensa para os praticantes das três modalidades. Mesmo sob a água, o desgaste é grande.
No nado, o desafio é manter a potência durante os quatro minutos de apresentação. "É muito desgastante você ter de alternar força e leveza", diz Lara. "O segredo é manter o ritmo em toda a apresentação para, assim, ter mais chances de obter uma boa nota final."
Além da força, é preciso boa dose de elasticidade. Nos saltos, movimentos bem executados -elásticos- são garantia de pontuação favorável.
No pólo, em quatro tempos de sete minutos cada um, o jogador deve nadar atrás da bola, marcar seu adversário, buscar o gol e ainda se desvencilhar dos puxões. Haja resistência.


Colaborou MARIANA BASTOS, da Reportagem Local

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