São Paulo, segunda-feira, 02 de maio de 2011

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Nervos

Desconfiança sobre arbitragem , discussão entre técnicos e expulsões impõem clima tenso na partida que classificou o Corinthians à final do Paulista

LEONARDO LOURENÇO
LUCAS REIS
DE SÃO PAULO

Palmeirenses e corintianos diziam que o clássico seria resolvido em um detalhe.
Mas o que definiu a classificação do Corinthians para a final do Campeonato Paulista, após empate no tempo normal e decisão por pênaltis, foi o duelo de nervos.
Nesse embate, o Corinthians levou vantagem, e enfrentará o Santos na final.
O primeiro Palmeiras x Corinthians decisivo desta década foi um dos mais polêmicos e emocionantes da história. Começou com desconfiança na arbitragem de Paulo César de Oliveira, cujo sorteio foi colocado em xeque. E terminou com Luiz Felipe Scolari disparando contra tudo e contra todos.
"A arbitragem foi premeditada. A credibilidade do Estadual foi riscada", decretou Scolari, expulso de campo por discutir com o ex-amigo Tite, minutos após o palmeirense Danilo levar o cartão vermelho, aos 23min de jogo.
Ao contrário dos corintianos, o Palmeiras foi a campo pilhado, mesmo em um cenário favorável: o Pacaembu era quase todo verde. Aos 3min, Kleber levou amarelo.
A torcida entrou na onda: a cada palmeirense que caía, novos protestos.
A confusão que mudou os rumos de um jogo em que o Palmeiras era melhor começou com a expulsão de Danilo, por carrinho em Liedson, que provocou a ira dos jogadores. Kleber quase foi expulso. Scolari o acalmou e depois bateu boca com Tite.
"Você fala demais, você fala demais", gritava Tite ao colega, que respondia com gestos. Scolari foi expulso e demorou bastante para sair.
Valdivia também entrou na polêmica, à sua maneira:
aplicou o comentado "chute no vácuo". Por ironia, no lance ele sentiu uma lesão muscular e foi substituído na metade do primeiro tempo. Os corintianos mantinham a calma. No intervalo, falaram sobre o jogo. Os palmeirenses, por sua vez, dispararam contra a arbitragem. "É ridícula", acusou Kleber.
"Eles criaram isso, criticando o juiz. Estão colhendo o que plantaram", retrucou o corintiano Júlio César.
Mais tranquilo na etapa final, o Palmeiras marcou com Thiago Heleno, de cabeça.
Parecia o anúncio de uma classificação épica.
Mas o Corinthians empatou, num escanteio. O Palmeiras, mesmo com um atleta a menos, era mais perigoso. A decisão estava fadada ao sofrimento dos pênaltis.
Todos cobraram com perfeição, até que João Vitor parou nas mãos do goleiro Júlio César, para a festa dos pouco mais de 2.000 corintianos que estavam no Pacaembu.

Palmeiras 1 (5)
Thiago Heleno, aos 8min do 2º tempo

Corinthians 1 (6)
Willian, aos 19min do 2º tempo


PALMEIRAS
Deola; Cicinho (João Vítor), Danilo, Thiago Heleno e Rivaldo; Márcio Araújo, Marcos Assunção, Tinga (Patrik) e Valdivia (Leandro Amaro); Luan e Kleber
T.: Luiz Felipe Scolari

CORINTHIANS
Júlio César; Alessandro (Ramírez), Chicão, L. Castán e Fábio Santos; Ralf, Paulinho e Bruno César (Morais); Jorge Henrique, Dentinho (William) e Liedson
T.: Tite

Estádio: Pacaembu / Árbitro: Paulo César de Oliveira / Renda: R$ 949.238 / Público: 33.861 pagantes



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