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Sem fazer alarde, Corinthians decide dispensar Marinho
Mais caro do que titulares, zagueiro descobre estar fora dos planos de Carpegiani e negocia rescisão amigável de contrato
Apesar de poder seguir com treinos no Parque São Jorge, jogador preferiu, desde ontem, passar a se exercitar em horários alternativos
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
RICARDO PERRONE
DO PAINEL FC
Sem fazer barulho, o Corinthians dispensou outro jogador
com quem não pretende contar
nesta temporada. O zagueiro
Marinho foi informado pela direção do clube de que não está
nos planos do técnico Paulo
César Carpegiani e propôs a
rescisão amigável do contrato
que acabaria em dezembro.
No encontro, realizado na
noite de anteontem, Marinho
ouviu de diretores que ele está
livre para procurar outro clube,
pois o Corinthians não pode ter
como reserva um atleta que ganha mais do que todos os titulares de sua posição no time.
As partes não chegaram a assinar oficialmente o destrato,
pois o atleta pediu para consultar seus conselheiros antes de
oficializar o acordo da saída.
A saída de Marinho, entretanto, não se parece com a de
nenhum dos outros sete jogadores afastados pelo clube. Ao
contrário do que ocorreu com
Roger, Paulo Almeida e outros
preteridos por Carpegiani, o zagueiro não foi afastado do grupo nem teria a sua rescisão divulgada até que arranjasse um
novo time para jogar.
Isso porque a dispensa do defensor foi decidida por Carpegiani baseado apenas em critérios técnicos -Roger e Paulo
Almeida, por exemplo, tiveram
problemas disciplinares com o
treinador e sua comissão.
A deferência especial no tratamento da virtual saída do zagueiro teve ainda outro motivo.
Carpegiani entende que Marinho tem, de fato, falhas técnicas, mas que, comparado com
outros afastados oficialmente e
que agora treinam no CT de
Itaquera, é mais "esforçado".
Marinho, no entanto, não
quis se manter no meio do elenco que disputa o Brasileiro. Ontem ele não treinou no Parque
São Jorge. Preferiu passar a se
exercitar em horários diferentes do time, já que não há mais a
possibilidade de ser escalado
por Carpegiani.
Antes de cair em descrédito
com a diretoria e ser colocado
de lado pela atual comissão técnica, Marinho passou por um
período de titularidade quase
absoluta, quando Emerson
Leão comandava o elenco.
Mas, desde a troca de treinador, o jogador tem ouvido da diretoria que suas falhas em jogos
do Corinthians já tinham passado dos limites. Nos treinos,
Marinho não era utilizado nem
no time reserva. Ficava, muitas
vezes, praticando finalizações
com outros atletas e com o auxiliar Cláudio Duarte.
A demora entre a chegada de
Carpegiani e, agora, a dispensa
de Marinho aconteceu porque
a diretoria não queria se desfazer do atleta antes de contratar
novos jogadores para a posição.
Só depois da chegada de Zelão
e, mais recentemente, da contratação de Cadu (também ex-Bragantino), o clube do Parque
São Jorge colocou em prática a
idéia de não mais contar com o
zagueiro de 30 anos.
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