São Paulo, sábado, 02 de junho de 2007

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Nem sobrevivente na seletiva está garantido no Pan

Até presidente da confederação de hipismo diz que "é difícil analisar quem tem razão" no imbróglio para definir time

Único com índice técnico, César Almeida discorda do qualificatório; empresário de Pessoa diz que conjuntos do Brasil "não estão prontos"


FABIO GRIJÓ
DA SUCURSAL DO RIO

Só um cavaleiro obteve o índice técnico para o Pan, mas ainda não está assegurado no evento. O melhor do país assiste, à distância, às seletivas e continua indefinido no time. E o presidente da confederação diz que "é difícil analisar" quem tem razão na novela em que se transformou a formação da equipe que defenderá o hipismo brasileiro no Rio, em julho.
Ontem, no Centro Hípico de Deodoro, local que abrigará a modalidade no Pan e ainda está em obras, César Almeida chegou a 23,91 pontos perdidos. Pela regras da CBH (Confederação Brasileira de Hipismo), estaria nos Jogos. Ele ficou abaixo dos 28 pontos perdidos estabelecidos como teto para entrar no time dos Jogos.
A pontuação seria contada nas seletivas de São Paulo, na semana passada, e do Rio, que termina amanhã.
Anteontem, a CBH informou que os cavaleiros teriam de atingir, no máximo, os 28 pontos até as provas de ontem.
Ao anunciar o teto, em abril, a CBH tinha afirmado que a contagem valeria até o final das seletivas. Ou até amanhã, nas últimas disputas do Brasileiro.
A nova mudança de regra deixaria Almeida classificado para o Pan -foi o único a somar menos de 28 pontos até ontem. Mas uma eventual eliminação em uma das duas provas de amanhã deve lhe tirar a vaga.
A confederação também determinou que as seletivas apontarão cinco suplentes para o Pan. Serão cavaleiros que ficarem entre os oito melhores do ranking geral das provas.
Com só um posto preenchido no critério técnico, os outros dois -um titular e o reserva- sairão de forma subjetiva.
O chefe de equipe, ainda não designado pela CBH, irá escolher os nomes.
"Acho que deveria haver um índice técnico, mas não concordo com a maneira como o processo [das seletivas] foi feito", reclamou Almeida, perto da vaga no evento carioca.
Ao assumir a CBH em fevereiro, o presidente Maurício Manfredi excluiu as provas na Europa como seletivas. Estabeleceu Rio e São Paulo como sedes da disputa pelo Pan.
O dirigente ainda pré-classificou o campeão olímpico Rodrigo Pessoa e Bernardo Alves no time dos Jogos por serem os dois melhores brasileiros no ranking mundial -na época, entre os 20.
A alteração da regra desagradou aos principais cavaleiros do país, em ação no continente europeu. Nomes como Pessoa, Álvaro Affonso de Miranda Neto, Cássio Rivetti e Pedro Veniss abriram mão de competir nos classificatórios. Alves confirmou presença no Pan.
Pessoa tem tido informações sobre as seletivas. De acordo com seu empresário, André Beck, o campeão olímpico espera "o que a confederação vai fazer" para tomar sua decisão.
"[As seletivas] só mostraram que o Rodrigo estava certo ao defender provas na Europa. Os cavaleiros no Brasil tiveram chance e mostraram que não estão prontos", disse Beck.
Manfredi afirma que a CBH trabalhava com a hipótese de as vagas não serem preenchidas na seletiva. "Os cavaleiros "europeus" não estão certos; os cavaleiros "brasileiros" também não. É difícil analisar."


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