São Paulo, segunda-feira, 02 de junho de 2008

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Antes de pegar "carrasco", seleção sofre com Friend

Canadense traz problemas ao time, que encarará o paraguaio Cabañas em breve

Brasil 3
Canadá 2


PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A SEATTLE

Daqui a poucos dias, a seleção terá pela frente o paraguaio Cabañas, carrasco dos times nacionais na Libertadores, e o argentino Messi, um dos três melhores do mundo em 2007.
E, pelo que ocorreu na noite de sábado em Seattle, na vitória em amistoso sobre o Canadá por 3 a 2, o time de Dunga sofrerá nos jogos das eliminatórias da Copa dia 15, em Assunção, e 18, em Belo Horizonte.
Comandados por Friend, um atacante de 27 anos e com declarados 95 kg para apenas 1,83 m, os canadenses fizeram a defesa brasileira sofrer, justo no confronto que marcou a volta de Juan e Lúcio juntos à zaga depois de mais de seis meses.
Foram 11 finalizações do Canadá, uma a mais do que o Brasil. E, além dos dois gols, o time teve chances claras, penetrando livre na área, ganhando quase todas no jogo aéreo e fazendo astros brasileiros cometerem erros grosseiros, como no primeiro gol dos canadenses, que empatou a partida depois de Diego, após jogada de Robinho, abrir o placar aos 4min.
Em longo cruzamento para a área, o goleiro Júlio César saiu de forma atrapalhada e viu Friend marcar de cabeça.
"Foi um erro de cálculo, sem dúvida era uma bola em que eu deveria ter saído melhor. O atacante deles, o Dunga já tinha me alertado, saltava bem. Durante a partida, ele incomodou muito, tanto a mim como aos zagueiros", reconheceu o goleiro, que, depois, acabou se redimindo ao salvar dois gols que pareciam certos para o Canadá, que até então havia empatado duas vezes em dois jogos contra o Brasil principal.
Os treinadores dos dois times reconheceram que o Canadá criou demais para a sua força. "Foi surpreendente", disse Dale Mitchell, o comandante do time da camisa vermelho sobre o número de chances criadas. "Isso sempre preocupa", falou Dunga, sobre o tema.
Sorte para o Brasil que justo quando era mais dominado, no final do primeiro tempo, Luis Fabiano, de cabeça, marcou e colocou o time em vantagem antes do intervalo.
Porém a seleção continuou apática no segundo tempo e não demorou para os canadenses empatarem em chute de Guzman, que teve liberdade para bater da entrada da área. Só que o mesmo Guzman, o destaque do jogo, errou feio um passe e deu a chance para Robinho decretar a vitória.
Os defensores não quiseram assumir sozinhos o desempenho ruim do setor. "Se o ataque não funciona bem, sobrecarrega a defesa, porque a bola não pára na frente e fica sempre em domínio da equipe adversária, que assim têm mais chances", analisou o lateral Gilberto.
Todos no Brasil apontaram o fato de a maioria do time estar em férias pelo fraco desempenho, a começar por Dunga, que espera dificuldades de sua equipe para segurar Cabañas.
"Ele é um jogador técnico, chuta bem com as duas pernas, sabe jogar, tem bom posicionamento na área, Apesar de algumas pessoas não verem dessa forma, ele tem cinco gols contra times brasileiros [nesta Libertadores, e na verdade foram "só" quatro]. Só isso demonstra que ele tem qualidade e faro de gol", disse o treinador.
A seleção viajou ontem de Seattle para Boston, onde pega a Venezuela na sexta-feira, no último teste antes dos desafios contra Paraguai e Venezuela.


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