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PENTA
No papel de faz-tudo, francês integrou a delegação brasileira na Copa Coréia/Japão
Vexame, França faz um campeão mundial na Ásia
DOS ENVIADOS YOKOHAMA
E DO ENVIADO A LOS ANGELES
Um francês também foi campeão com a seleção brasileira, anteontem, no Japão.
Jean Pierre Frankenhuis, 65, representante natural dos carrascos
do Brasil na final de 1998, mas que
se diz um verde-amarelo de coração, foi o consultor administrativo da delegação brasileira na
campanha vitoriosa.
Na prática, ele atuou no papel
de faz-tudo do time de Luiz Felipe
Scolari, pois resolveu "problemas" como o sumiço de um creme dental ou a ausência de um
tradutor para as entrevistas dos
jogadores na Ásia.
Diante do fiasco da França na
Copa, eliminada na primeira fase,
Franknhuis não tem dúvidas na
hora de declarar suas paixões:
"Sou Brasil e Flamengo".
Quando a seleção não está em
campo, Frankenhuis -"o sobrenome é holandês, mas sou francês
de Dijon", faz questão de dizer-é
o homem da CBF e de Ricardo
Teixeira na Europa.
É ele quem recepciona os dirigentes, faz contatos com os clubes, especialmente franceses e ingleses, e com as seleções do Velho
Continente, além de manter a
confederação informada de tudo
o que acontece no principal mercado do futebol no mundo.
O papel do assessor francês
também inclui tomar conta dos
interesses da entidade na Fifa,
pois a entidade máxima do futebol tem sua sede na Suíça.
Anteontem, logo após o final da
decisão, o francês era um dos
mais alegres da delegação e recebeu os cumprimentos de todos os
jogadores e da comissão técnica.
"Me considero um brasileiro,
principalmente no futebol", diz
ele, que trabalha para a CBF desde
1996, quando atuou como uma
espécie de assessor de imprensa
do time na França.
No entanto, a relação de Frankenhuis com o Brasil começou
bem antes, quando ele ainda era
uma criança. Seus pais, franceses,
mudaram-se para o Rio em meio
às grandes guerras que castigaram o velho continente na primeira metade do século passado.
"Morei no Rio dos 3 aos 20 anos,
depois fui estudar nos Estados
Unidos", disse ele.
O ingresso no mundo do futebol se deu após um pedido de sua
filha Monique Alves, morta em
1994, vítima de leucemia.
Monique, que era atriz da TV
Globo e uma apaixonada pela seleção brasileira, pediu ao pai que
"ajudasse a tomar conta dos meninos do Brasil".
Foi o tempo de o francês redimensionar sua vida e disputar
uma vaga de assessor no Torneio
da França, ocorrido em 1996. Desde então, nunca mais ele abandonou a seleção brasileira.
O dirigente da CBF lamenta o
vexame da França, eliminada na
primeira fase do Mundial, mas diz
que ele pode servir de lição para o
país, que, na sua opinião, chegou
de "salto alto" à Ásia.
(FERNANDO MELLO, JOSÉ ALBERTO BOMBIG, SÉRGIO
RANGEL E FÁBIO VICTOR)
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