São Paulo, terça-feira, 02 de julho de 2002

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SONINHA

Depois da pausa para comemorações...

É sempre difícil lembrar as virtudes de um perdedor. Se um time lidera o campeonato brasileiro durante meses e cai no mata-mata das fases finais, técnico e jogadores são impiedosamente condenados por seus erros -- ainda que tenham sido poucos, ou menos numerosos que os acertos.
(Que o diga Oliver Kahn, malhado pelos alemães e ironizado pelos brasileiros. E se Marcos falhasse na final, seríamos igualmente cruéis! )
Também é difícil apontar os erros de um campeão. Quem quer falar em problemas? Deu "tudo certo", afinal!
Estou de acordo com a trégua, com a pausa para comemorações, o direito à alegria. Mas como já tem gente ensaiando a comemoração do "hexa", é melhor ver direitinho onde acertamos e no que foi que nós erramos. Quem disse que só a derrota pode servir de lição?
Por mais que o brasileiro seja expert em improviso, não ganhamos um título por causa da desorganização, e sim apesar dela. Foram 3 anos complicados para a seleção, com muito tempo perdido em amistosos inúteis, participações horríveis em torneios discutíveis e eliminatórias "dramáaaaticas!".
O futebol no Brasil passa por problemas inaceitáveis -- especialmente por ser tão vitorioso! Como podemos conviver com jogadores profissionais de clubes de ponta que ficam meses sem receber salários?
Um ano atrás, quando o Brasil perdia para o Uruguai (1X0) na estréia de Luiz Felipe, parecia impossível imaginar que seríamos campeões. Com o título, nem passa pela cabeça a possibilidade de passear pelo inferno outra vez. Mas nem a vaga garantida para 2006 nós temos... Eu não quero ser "zebra" outra vez.

soninha.folha@uol.com.br



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