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Sem desculpa
Megafavorita ao título no início da Copa, seleção tem atuação desastrosa, perde para a França pela
terceira vez num Mundial, desperdiça chance única de revanche e é eliminada nas quartas-de-final
Michael Kappeler/France Presse
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Ronaldinho, no instante do apito final da derrota que eliminou o Brasil da Copa |
EDUARDO ARRUDA
FÁBIO VICTOR
PAULO COBOS
RICARDO PERRONE
SÉRGIO RANGEL
ENVIADOS ESPECIAIS A FRANKFURT
Como há oito anos, havia
dois monstros do futebol em
campo, Zidane de um lado, Ronaldo do outro. Como naquele
12 de julho de 1998 no Stade de
France, um deles apagou, o outro liderou sua equipe à vitória
como um general classudo.
De novo, a França ganhou do
Brasil na Copa. Desta vez em
Frankfurt, ontem, nas quartas-de-final. E só por 1 a 0. O passeio francês, porém, foi igual.
Mas -e aí é tudo muito diferente-, desta vez o Brasil que
viu a França passear não sofreu
com crise de Ronaldo, tinha em
campo a geração mais talentosa
dos últimos anos (entre eles um
terceiro monstro, Ronaldinho,
tido como melhor do mundo),
não jogava contra o anfitrião.
Perdeu sem ter desculpa.
A França ampliou a vantagem nos confrontos com os
brasileiros em mata-matas de
Copas. Além dos 3 a 0 na final
de 98, já haviam despachado a
seleção em 86, nos pênaltis. O
Brasil ganhou uma vez, em 58.
É agora o único time a bater o
Brasil em mata-mata da Copa
três vezes, e Zidane se transformou no maior carrasco da história da equipe. Já a seleção
brasileira segue com um tabu
-a única Copa que ganhou na
Europa foi justamente a de 58.
Agora, a França pegará Portugal, de Luiz Felipe Scolari.
Seu sucessor na seleção brasileira, Carlos Alberto Parreira,
incapaz de armar um bom time
a partir de uma das mais brilhantes safras do país, vai deixar o comando da seleção.
A esquadra azul de Zidane
pôs a pique uma seqüência recorde de vitórias seguidas do
Brasil em Copas: 11 até ontem.
Um amontoado de marcas
amargas segue a eliminação.
Foi o pior desempenho desde
90. Foi a pior Copa de Ronaldo,
maior artilheiro do torneio. A
pior de Cafu, único homem a
jogar três finais. A pior de Zagallo, quatro vezes campeão.
A pior não só pelo passado.
Ronaldinho, que chegou à Alemanha como o maior astro da
Copa, sai como o maior fiasco, o
que o jogo de ontem ampliou.
A seleção volta a jogar em
agosto, um amistoso contra a
Noruega, início do ciclo de preparação para a Copa de 2010.
"Desculpa. Não fomos a verdadeira seleção, com toque de
bola, criatividade. Em instante
algum fomos a seleção brasileira", resumiu Kaká, após o jogo.
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