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Seleção joga "pouco" mas vence bem
Tarde inspirada de Robinho transforma poucas finalizações em gols que deixam o Brasil perto de vaga no mata-mata
Brasil 3
Chile 0
DO ENVIADO A MATURÍN
Se na estréia o Brasil preferiu
"convencer" sem vencer, contra o Chile ontem, na partida
em que uma segunda derrota
deixaria a seleção brasileira em
situação complicada para avançar na Copa América, o time de
Dunga fez o contrário.
Os 3 a 0 diante do adversário
saíram em jogadas quase que
isoladas do ataque brasileiro
-para não dizer apenas dos pés
de Robinho, autor dos três gols.
O resultado deixou a equipe
nacional praticamente classificada para os mata-matas da Copa América, já que além dos
dois primeiros colocados de cada um dos três grupos, ainda
passam à segunda etapa os dois
melhores terceiros lugares.
Contra o México, quando o
time passou em branco e ainda
foi vazado duas vezes, Dunga e
seus jogadores disseram ter
uma boa atuação, mas sem sorte na hora de finalizar. Ontem,
as chances minguaram ainda
mais, mas viraram gols.
Contra um rival retrancado,
que jogava pelo empate para assegurar vaga, o Brasil tinha dificuldades de chegar à área.
O primeiro arremate só
aconteceu próximo dos 20min.
E ainda foi ruim, longe do gol
dos chilenos, que atuavam com
uma linha de três zagueiros,
dois volantes e dois alas que
não subiam ao ataque. Apenas
Valdivia tentava encostar em
Suazo, o único atacante.
No Brasil, o novo meio-campo, agora com Anderson como
titular, no lugar de Diego, voltava a decepcionar. Não conseguia criar jogadas ofensivas.
Mas a falta de produção ofensiva não impediu que ainda na
primeira etapa o time se livrasse do peso de não ir às redes.
Precisou, porém, parar a bola
para colocá-la para dentro da
meta adversária. O árbitro paraguaio Carlos Torres marcou
pênalti de Riffo sobre Vagner
Love, num empurrão fora do
lance de jogo.
Robinho pegou a bola e bateu
o pênalti. Aos 36min de jogo e
com o primeiro chute certo a
gol ele colocava o Brasil na
frente no placar.
No segundo tempo, o time
mudou. Dunga tirou Anderson
e colocou Júlio Baptista. A mudança foi de certa forma inusitada. O jogador do Arsenal havia treinado como titular apenas na vaga de Elano, não na
função de principal armador.
Com o placar adverso e com
um recuo do Brasil, que seguia
sem produção ofensiva, o Chile
foi à frente. Pressionou o Brasil
a ponto de Suazo perder gol imperdível. O atacante ficou cara
a cara com Doni, driblou o goleiro, a marcação da zaga que
fez a cobertura no lance, mas
demorou para finalizar. Quando o fez, Juan já estava de pé
novamente, posicionado para
evitar o empate.
O receio de um 1 a 1 e de ver a
situação complicada na competição retraiu ainda mais o time
brasileiro e trazia o adversário
para cima da defesa.
Dunga também parecia satisfeito com o 1 a 0. Já perto dos
35min o técnico sacou Elano,
em tarde apagada novamente, e
colocou Josué para reeditar a
famosa dupla são-paulina com
Mineiro e formar um trio inédito de volantes com a participação de Gilberto Silva.
Foi quando Robinho, em dois
ataques isolados e com jogadas
individuais, fez do Brasil um time que quase goleou.
Com o Chile dando mais espaços para o contragolpe, Robinho teve espaço para driblar e
anotar mais dois gols.
O primeiro, aos 39min, num
toque por cobertura, aliviou de
vez o temor dos brasileiros de
sofrer um empate no final.
No segundo gol, ele pegou a
bola na intermediária e driblou
até abrir espaço para chutar de
perna esquerda e mostrar que
qualidade pode ser melhor que
quantidade.
(RODRIGO BUENO)
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