São Paulo, sexta-feira, 02 de julho de 2010

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Uruguai tenta, outra vez, calar vuvuzelas africanas

Técnico foca feito histórico ante Gana e evita comparação com Maracanazo

DE JOHANNESBURGO
DO ENVIADO A JOHANNESBURGO

"Se começo a pensar muito no que está em jogo contra Gana, eu me assombro."
Oscar Tabárez falava sobre o peso da história na partida de hoje pelas quartas de final do Mundial-2010, no Soccer City, em Johannesburgo.
O treinador uruguaio até tentou minimizar a expectativa de sua nação, que já dura 40 anos, por uma vaga em uma semifinal de Copa do Mundo. Mas acabou tendo que se render aos fatos.
"É uma partida muito importante historicamente. Estamos há 40 anos longe dos títulos mundiais", afirmou Tabárez na entrevista oficial concedida na véspera da partida. "Se vencermos amanhã [hoje], só quem fez mais do que nós foram os grandes campeões", declarou.
Referia-se a 1930 e 1950, quando o Uruguai sagrou-se campeão da Copa do Mundo, e a 1954 e 1970, anos em que terminou na quarta colocação. Depois de 70, foram apenas decepções para a Celeste.
O objetivo é novamente calar um estádio inteiro, que deve ser quase totalmente pró-Gana, assim como os uruguaios calaram os sul- -africanos há duas semanas, na vitória por 3 a 0, quando até as vuvuzelas silenciaram.

MARACANAZO
Tabárez se recusou a fazer comparações com o mais famoso silêncio já imposto pelo Uruguai, o Maracanazo de 1950. O episódio é inigualável, de acordo com o técnico.
"Maracanã, vamos deixar quieto. Não se pode tocar. É parte da história, e há muitos livros muito bons que falam disso", declarou Tabárez.
Além do peso da história, há o peso de uma nação que espera por um triunfo, conforme reconheceu o treinador. Para ele, países pequenos têm mais identidade com suas seleções nacionais.
"Há poucos países que têm mais cultura futebolística do que o nosso. É uma cultura que se transmite de família para família. O presente que mais se dá aos meninos no Uruguai é uma bola de futebol", afirmou.
(FÁBIO ZANINI E RODRIGO MATTOS)


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