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Uruguai tenta, outra vez, calar vuvuzelas africanas
Técnico foca feito histórico ante Gana e evita comparação com Maracanazo
DE JOHANNESBURGO
DO ENVIADO A JOHANNESBURGO
"Se começo a pensar muito no que está em jogo contra
Gana, eu me assombro."
Oscar Tabárez falava sobre
o peso da história na partida
de hoje pelas quartas de final
do Mundial-2010, no Soccer
City, em Johannesburgo.
O treinador uruguaio até
tentou minimizar a expectativa de sua nação, que já dura
40 anos, por uma vaga em
uma semifinal de Copa do
Mundo. Mas acabou tendo
que se render aos fatos.
"É uma partida muito importante historicamente. Estamos há 40 anos longe dos
títulos mundiais", afirmou
Tabárez na entrevista oficial
concedida na véspera da partida. "Se vencermos amanhã
[hoje], só quem fez mais do
que nós foram os grandes
campeões", declarou.
Referia-se a 1930 e 1950,
quando o Uruguai sagrou-se
campeão da Copa do Mundo,
e a 1954 e 1970, anos em que
terminou na quarta colocação. Depois de 70, foram apenas decepções para a Celeste.
O objetivo é novamente calar um estádio inteiro, que
deve ser quase totalmente
pró-Gana, assim como os
uruguaios calaram os sul-
-africanos há duas semanas,
na vitória por 3 a 0, quando
até as vuvuzelas silenciaram.
MARACANAZO
Tabárez se recusou a fazer
comparações com o mais famoso silêncio já imposto pelo Uruguai, o Maracanazo de
1950. O episódio é inigualável, de acordo com o técnico.
"Maracanã, vamos deixar
quieto. Não se pode tocar. É
parte da história, e há muitos
livros muito bons que falam
disso", declarou Tabárez.
Além do peso da história,
há o peso de uma nação que
espera por um triunfo, conforme reconheceu o treinador. Para ele, países pequenos têm mais identidade com
suas seleções nacionais.
"Há poucos países que
têm mais cultura futebolística do que o nosso. É uma cultura que se transmite de família para família. O presente que mais se dá aos meninos no Uruguai é uma bola
de futebol", afirmou.
(FÁBIO ZANINI E RODRIGO MATTOS)
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