São Paulo, sexta-feira, 02 de julho de 2010

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Série B do apito

Após excluir árbitros que erraram e ter de evitar os da América do Sul, Fifa é obrigada a escalar juízes inexperientes para as quartas

DO ENVIADO A JOHANNESBURGO

A exclusão de árbitros experientes por erros e a boa campanha das seleções sul- -americanas obrigaram a Fifa a escalar juízes com poucos jogos em Copas para as quartas de final na África do Sul.
Dois deles já sofreram críticas em suas carreiras.
Esses árbitros atuarão sob pressão após falhas crassas em duas partidas das oitavas de final. A crise levou a Fifa a admitir reabrir a discussão sobre o uso da tecnologia.
Dos quatro árbitros escalados para as quartas, três nunca apitaram em um Mundial antes da edição da África do Sul. A exceção é o guatemalteco Carlos Batres, 42, que irá apitar Paraguai x Espanha. Ele atuou na Copa de 2002.
Nesse Mundial, apitou um jogo dos paraguaios contra os alemães, nas oitavas. E deixou os sul-americanos irritados. "Não tem nível para apitar a Copa do Mundo. Insulta os jogadores. É péssimo", afirmou o ex-goleiro paraguaio Chilavert, que hoje é comentarista e está na África.
Naquele jogo, Batres expulsou o paraguaio Roberto Acuña. Segundo o time sul- -americano, deixou ainda de dar pênaltis a seu favor. A Alemanha venceu (1 a 0).
Um dos juízes sem histórico em Copa é o português Olegário Benquerença, 40, que foi alvo de chacota em seu país por erro similar ao do uruguaio Jorge Larrionda, que em Inglaterra x Alemanha não viu a bola entrar no gol em chute de Lampard.
Benquerença será o árbitro de Uruguai x Gana.
Alemanha x Argentina terá Ravshan Irmatov, 32, do Uzbequistão. Ele tem carreira internacional recente, iniciada em 2003. Mas não se envolveu em polêmicas e chegou à Copa por arbitragem no Mundial de Clubes-2008.
Foi escolhido para as quartas devido à atuação no Mundial, em especial na abertura, África do Sul 1 x 1 México.
O japonês Yuichi Nishimura, 38, apita o jogo do Brasil contra a Holanda. Ele se tornou árbitro internacional em 2004 e tem a menor experiência nesse nível entre os quatro das quartas de final.
Assim, dois dos quatro juízes são asiáticos, pois a Fifa evita escalar árbitros dos continentes dos países envolvidos nos jogos -há três times europeus e quatro sul-americanos nas quartas.
E há juízes mais gabaritados que estão sendo guardados para as semifinais e a final, como o inglês Howard Webb.
(RODRIGO MATTOS)


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