São Paulo, quarta-feira, 02 de agosto de 2006

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além do morumbi

São Paulo joga com tudo ao seu favor

Em vantagem contra o Chivas, time decide ida à final da Libertadores pela 1ª vez em casa, onde nunca perdeu mata-mata

Em seis confrontos, clubes mexicanos jamais bateram adversários brasileiros em confrontos diretos na competição continental


TALES TORRAGA
TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL

Aproveitar uma vantagem inédita na Libertadores. Jogar, pela primeira vez, a semifinal derradeira em casa, tendo vencido a primeira partida por 1 a 0 no México, em um lugar onde costumava se dar mal.
Ao contrário do Morumbi, incólume nas 22 vezes em que o São Paulo foi desafiado em mata-matas na competição.
Cenário tão favorável transformará uma derrota são-paulina hoje contra o Chivas em um desastre histórico. Até um empate será suficiente para o time chegar à sexta final de Libertadores, a segunda seguida.
Derrota de 1 a 0 levará a decisão da vaga para a disputa de pênaltis. As chances para isto são historicamente pequenas. Em 22 jogos no Morumbi em mata-matas, foram 21 vitórias e só um empate, há dois anos, 0 a 0 contra o Once Caldas (COL).
Se o Chivas vencer por 2 a 1 ou mais, fica com a vaga e se torna o segundo time mexicano a fazer final de Libertadores -o primeiro foi o Cruz Azul, que caiu nos pênaltis para o Boca Juniors em 2001, na Argentina.
Entre os jogadores, a conversa é de jogo franco. "Não podemos mudar nossa maneira de atuar. Se entrar pensando no empate, vamos dar vantagem para eles saírem para o ataque", afirmou o meia Danilo.
Nas 52 semifinais realizadas na história, uma única equipe conseguiu cumprir com sucesso a missão destinada hoje ao Chivas. Foi o Olimpia do Paraguai, que perdeu o primeiro jogo em casa e bateu o Internacional em 1989 no Beira-Rio.
Outro sinal da inglória tarefa dos visitantes: nunca um time mexicano eliminou uma equipe brasileira em mata-matas na Libertadores. Os dois países se cruzaram em seis ocasiões, a primeira delas em 2000.
Embora reconheça a dificuldade, o Chivas se apóia em seu último jogo fora de casa -2 a 1 no argentino Vélez Sarsfield, nas quartas. Foi o mesmo placar que os mexicanos impuseram ao São Paulo na fase inicial, tanto no Morumbi como em Guadalajara. "Aqueles jogos nos motivaram", reconhece o técnico Muricy Ramalho.
Mas as vantagens são-paulinas transcendem o retrospecto. Líder do Brasileiro, o time que jogará hoje será o mesmo que atuou pela última vez só na semana passada. Descansada, a equipe contará ainda com o apoio de 70 mil torcedores que lotarão o Morumbi. "O estádio estará mais quente do que a Arábia Saudita no verão", exagerou o zagueiro Lugano, que promete "dar a vida pelos 16 milhões de são-paulinos".
O discurso é parecido com o do atacante Müller antes da final contra o Vélez Sarsfield na Libertadores de 1994: "É lutar por todos, não só pelos que estarão no Morumbi".
Não bastou. Apesar de ganhar por 1 a 0, o time de Telê Santana caiu nos pênaltis, para tristeza de 92.560 pessoas.
Mas aquele São Paulo não tinha vencido o jogo de ida.


NA TV - São Paulo x Chivas Globo e Sportv, às 21h45, ao vivo

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