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Dunga relega "atitude" e medalhões
Na sua 1ª convocação, técnico chama jogadores que fracassaram em time pré-olímpico e deixa quarteto mágico de fora
Dos 22 eleitos para jogo contra a Noruega, 17 jogam fora do Brasil, a segunda maior marca na lista inicial de um treinador da seleção
Ana Carolina Fernandes/Folha Imagem
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Dunga, que tem a missão de fazer o Brasil bater a Noruega pela 1ª vez, durante entrevista ontem |
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO
Ele deixou de fora os medalhões, mas em outros dois pontos a primeira convocação de
Dunga para a seleção pouco seguiu o que muita gente no país
quer e o próprio treinador dera
a entender que era seu desejo.
Sem Dida, Cafu, Roberto
Carlos e os membros do quarteto mágico (Kaká, Ronaldinho, Ronaldo e Adriano), Dunga chamou 22 jogadores para o
amistoso contra a Noruega, em
Oslo, no próximo dia 16.
O grupo tem 17 jogadores que
atuam no exterior. Na história
da seleção, só um técnico desprezou mais os atletas caseiros
em sua chamada inaugural:
Carlos Alberto Parreira, em
2003. Na sua primeira lista, em
1990, Falcão formou um grupo
só com jogadores locais.
Dunga chamou ontem oito
jogadores que disputaram a
Copa da Alemanha, em time
que ficou famoso por uma tal
"falta de atitude", o mantra do
novo técnico da seleção.
Chamou também sete jogadores que protagonizaram, segundo o próprio comando da
CBF na época, um caso notório
de falta de garra e comprometimento com a camisa do Brasil.
Gomes, Alex, Maicon, Elano,
Dudu Cearense, Daniel Carvalho e Robinho estavam no time
que fracassou no Pré-Olímpico
do Chile em 2004, deixando o
país fora dos Jogos de Atenas.
Na entrevista após o anúncio
dos convocados, e também por
meio do site da CBF, o treinador justificou sua escolha.
Primeiro, falou sobre os remanescentes da campanha alemã. "Acho que a experiência é
fundamental. Apesar destes jogadores não terem conseguido
alcançar o resultado esperado,
não podemos começar do zero.
Já ficou provado que uma mudança radical não dá certo em
lugar nenhum. Os atletas que
estão chegando precisam de suporte daqueles que vivenciaram o ambiente da seleção."
Sobre a ausência de Ronaldo,
Ronaldinho, Kaká e Adriano, o
treinador disse que a data de
apresentação deles em seus
clubes impossibilita que eles
cheguem na seleção em boas
condições. Mas também aproveitou para dar um recado.
"Nada é definitivo. Todos os
jogadores vão ter oportunidade, as portas não estão fechadas
para ninguém. Vai depender do
rendimento deles retornar à
seleção brasileira. O que queremos é que estejam motivados,
determinados, vibrantes e em
ótimas condições físicas."
Com relação à geração que
foi mal no Pré-Olímpico, como
Elano, Dudu Cearense e Daniel
Carvalho, Dunga afirmou que o
histórico deles, principalmente
nas categorias de base, foi um
dos fatores que os levaram a serem convocados. Declarou
também que tem ótimas informações a respeito deles.
O treinador disse que deixou
de fora os jogadores de São
Paulo e Internacional por causa da Libertadores e que a questão da logística do viagem, agravada pela crise da Varig, influiu
na convocação. "O Brasileiro
está em andamento e há clubes
que têm muitos jogos aos domingos às 18h10, o que impossibilita seus jogadores de pegarem um vôo para a Europa."
Questionado sobre o esquema tático que adotará para a
equipe, Dunga disse que o 4-4-2 é o preferido, pelo fato de o jogador brasileiro já estar acostumado a ele. Entretanto, segundo ele, dentro de campo poderá
haver algumas variações.
Pouco depois de enfrentar a
Noruega, Dunga terá outro teste bastante complicado.
A CBF anunciou que o time
nacional vai fazer amistoso
com a Argentina no dia 2 de setembro, em Londres, no novo
estádio do inglês Arsenal.
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