São Paulo, domingo, 02 de agosto de 2009

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Ouro olímpico separa a seleção feminina de vôlei

CBV permite que somente as campeãs de Pequim viajem na classe executiva

Das 14 convocadas para a disputa do Grand Prix, oito partem hoje, de econômica, para longas 26 horas de desconforto até Macau

JOSÉ EDUARDO MARTINS
DA REPORTAGEM LOCAL

A política adotada pela confederação brasileira criou dois grupos na seleção feminina de vôlei. As atletas convocadas por José Roberto Guimarães para o Grand Prix-2009 e que participaram da vitoriosa campanha olímpica em Pequim, no ano passado, receberão regalias.
Já as jogadoras novatas no grupo são relegadas ao segundo plano. O mesmo critério foi adotado para os integrantes da comissão técnica.
Após a fase brasileira da competição, que termina hoje com Brasil e EUA, às 10h, no Maracanãzinho, no Rio, o time embarca para cerca de 26 horas de viagem até Macau. A equipe disputa a segunda fase da competição no país, contra a China, a Polônia e a Tailândia, entre sexta e domingo próximos.
Do grupo de 14 jogadoras, as oito que não ganharam a medalha de ouro olímpica viajam de classe econômica -com menos espaço entre os assentos e serviço de bordo de qualidade inferior. As "contempladas" são Adenizia, Ana Tiemi, Camila Brait, Carol Gattaz, Dani Lins, Joycinha, Natália e Regiane.
Apenas as campeãs em Pequim (Fabi, Fabiana, Mari, Sassá, Sheilla e Thaisa) têm direito à classe executiva. "Foi um acordo que fizemos antes da Olimpíada com a confederação. Serviu como um prêmio para a nossa conquista", explicou a ponteira Mari, 25, de 1,90 m.
As novatas, que não podem usufruir de melhores serviços e mais conforto na aeronave, tentam minimizar a situação.
"Realmente é bem desconfortável viajar tanto tempo. Mas estou adaptada. Além do mais, elas [as campeãs olímpicas] merecem esses benefícios", diz a meio de rede Carol Gattaz, 28, de 1,92 m, uma das últimas atletas cortadas do grupo que disputou os Jogos.
"Gosto de viajar com o povão, somos da turma do fundão e já estamos acostumadas com a econômica", brincou a levantadora e capitã da equipe Dani Lins, 24, de 1,85 m, que substitui a campeã olímpica Fofão neste Grand Prix.
A polêmica começou no ano passado. Antes da Olimpíada, as jogadoras da seleção feminina contestaram o fato de viajar para a China na classe econômica, enquanto que a equipe masculina, que era campeã mundial e olímpica, foi para a Ásia de classe executiva -acabou com a medalha de prata.
Um outro ponto, e que causará desconforto a todo o time, pode afetar o desempenho da seleção na segunda etapa do Grand Prix: o fuso horário de dez horas para Macau.
"É um campeonato muito cansativo, com vários jogos e viagens. O primeiro dia na Ásia é complicado e só dá vontade de dormir", disse Carol Gattaz.
O Brasil luta por seu oitavo título no Grand Prix. Depois da viagem para Macau, a equipe vai, com o mesmo critério de separação de classe, para a cidade sul-coreana de Mokpo, para jogar com Japão, Alemanha e Coreia do Sul, entre os dias 14 e 16 deste mês.
A fase final será em Tóquio, no Japão, dos dias 19 a 23. Estarão na decisão as cinco equipes mais bem colocadas das etapa classificatórias e o Japão, que já tem lugar assegurado por ser o país-sede. Todas as seleções se enfrentam, e quem obtiver o melhor desempenho ficará com o título do Grand Prix.


NA TV - Brasil x EUA
Globo, ao vivo, às 10h



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