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Clássico tem pouco chute e muita falta
Palmeiras e Corinthians pecam na pontaria em jogo de forte marcação
DE SÃO PAULO
Como se fosse uma luta de
boxe, Corinthians e Palmeiras passaram a maior parte
do tempo em "clinch" durante o clássico no Pacaembu.
Faltaram aos dois times finalizadores para derrotar o
oponente e sobraram faltas.
Só havia um camisa 9 em
campo. E era o corintiano Iarley, de pouca presença na
área. O elenco palmeirense
não tinha um atleta com esse
número nem no banco.
Resultado: foram só 22 finalizações. A média do Brasileiro é de 26 conclusões.
O Corinthians ameaçou 14
vezes, seis com Bruno César,
de longe. O Palmeiras só
acertou duas na direção certa, ambas no gol de Edinho,
feito em rebote de cabeçada
de Kleber. O time mandou
outras seis bolas para fora.
Ainda houve três gols anulados em impedimentos de
Ewerthon. Uma demonstração da falta de cacoete dele.
Ao seu lado, atuava Kleber. Mais festejado pela torcida, ele driblou, foi caçado e
criou as principais chances
palmeirenses, mas só conseguiu finalizar duas vezes.
Do lado corintiano, os atacantes Iarley e Jorge Henrique, autor do tento corintiano, concluíram, juntos, somente três vezes.
Não havia opções nos dois
bancos para aumentar o poder de fogo. Tanto que Adilson apostou em Defederico
no lugar de Bruno César.
"Eu tirei um meia e coloquei outro. Estávamos bem
no posicionamento por 30
minutos. O Felipe [Scolari]
começou a fazer linha de
três, e começamos a ter mais
dificuldades. Achei que com
Defederico teríamos mais poder de penetração. Não aconteceu", admitiu o técnico.
Nesse cenário, o jogo se
desenrolou mais no meio de
campo. E parava muito. Foram 51 faltas, 29 dos corintianos. Como comparação, o time mais faltoso do Brasileiro
tem média de 22,3 infrações.
Os times ainda tiveram índice de acerto de passes abaixo de 80%, ou seja, abaixo de
seus desempenhos habituais. Em compensação, ambos fizeram mais de 135 desarmes cada um.
Tanto que as análises do
treinadores se concentraram
em posições táticas.
"O Corinthians teve o domínio por 15min, mas não finalizou muito. Fizemos uma
mudança e passamos a ter
um predomínio", afirmou
Luiz Felipe Scolari.
Sem opções, o treinador
botou o atacante Patrik, um
atleta baixo que jogava pela
ponta direita. No meio, chegou a ter quatro volantes.
Havia, é verdade, uma falsa impressão de emoção porque as defesas davam espaço
aos ataques. "No segundo
tempo, [o jogo] ficou mais
franco. Parecia juvenil jogando. Foi ataque lá, ataque cá",
exagerou o zagueiro William.
Mas Júlio Cesar e Deola
acabaram o jogo sem fazer
defesas marcantes. Quando
faltavam três minutos para o
fim, entrou um centroavante.
Era Souza, e nada fez.
(MARTÍN FERNANDEZ E RODRIGO MATTOS)
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