São Paulo, segunda-feira, 02 de agosto de 2010

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Clássico tem pouco chute e muita falta

Palmeiras e Corinthians pecam na pontaria em jogo de forte marcação

DE SÃO PAULO

Como se fosse uma luta de boxe, Corinthians e Palmeiras passaram a maior parte do tempo em "clinch" durante o clássico no Pacaembu.
Faltaram aos dois times finalizadores para derrotar o oponente e sobraram faltas.
Só havia um camisa 9 em campo. E era o corintiano Iarley, de pouca presença na área. O elenco palmeirense não tinha um atleta com esse número nem no banco.
Resultado: foram só 22 finalizações. A média do Brasileiro é de 26 conclusões.
O Corinthians ameaçou 14 vezes, seis com Bruno César, de longe. O Palmeiras só acertou duas na direção certa, ambas no gol de Edinho, feito em rebote de cabeçada de Kleber. O time mandou outras seis bolas para fora.
Ainda houve três gols anulados em impedimentos de Ewerthon. Uma demonstração da falta de cacoete dele.
Ao seu lado, atuava Kleber. Mais festejado pela torcida, ele driblou, foi caçado e criou as principais chances palmeirenses, mas só conseguiu finalizar duas vezes.
Do lado corintiano, os atacantes Iarley e Jorge Henrique, autor do tento corintiano, concluíram, juntos, somente três vezes.
Não havia opções nos dois bancos para aumentar o poder de fogo. Tanto que Adilson apostou em Defederico no lugar de Bruno César.
"Eu tirei um meia e coloquei outro. Estávamos bem no posicionamento por 30 minutos. O Felipe [Scolari] começou a fazer linha de três, e começamos a ter mais dificuldades. Achei que com Defederico teríamos mais poder de penetração. Não aconteceu", admitiu o técnico.
Nesse cenário, o jogo se desenrolou mais no meio de campo. E parava muito. Foram 51 faltas, 29 dos corintianos. Como comparação, o time mais faltoso do Brasileiro tem média de 22,3 infrações.
Os times ainda tiveram índice de acerto de passes abaixo de 80%, ou seja, abaixo de seus desempenhos habituais. Em compensação, ambos fizeram mais de 135 desarmes cada um.
Tanto que as análises do treinadores se concentraram em posições táticas.
"O Corinthians teve o domínio por 15min, mas não finalizou muito. Fizemos uma mudança e passamos a ter um predomínio", afirmou Luiz Felipe Scolari.
Sem opções, o treinador botou o atacante Patrik, um atleta baixo que jogava pela ponta direita. No meio, chegou a ter quatro volantes.
Havia, é verdade, uma falsa impressão de emoção porque as defesas davam espaço aos ataques. "No segundo tempo, [o jogo] ficou mais franco. Parecia juvenil jogando. Foi ataque lá, ataque cá", exagerou o zagueiro William.
Mas Júlio Cesar e Deola acabaram o jogo sem fazer defesas marcantes. Quando faltavam três minutos para o fim, entrou um centroavante. Era Souza, e nada fez. (MARTÍN FERNANDEZ E RODRIGO MATTOS)


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