Com estratégia ousada e falha de companheiro, Webber se torna líder do Mundial de F-1

Leonhard Foeger/Reuters

Mark Webber, no pódio, após ganhar em Budapeste

GP da Hungria
1º M. Webber 1h41min05s571
2º S. Vettel 1h41min23s392
3º F. Alonso 1h41min24s823

TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A BUDAPESTE

Nem o próprio Mark Webber esperava por uma vitória ontem em Hungaroring. Mas a entrada do safety car aliada a uma "dormida" do companheiro de Red Bull, Sebastian Vettel, o colocaram topo do pódio na Hungria.
Mais que isso, a quarta vitória neste ano, a sexta na carreira, alçou Webber à liderança do Mundial de Pilotos, quatro pontos à frente de Lewis Hamilton, que não completou por falha na caixa de câmbio de seu McLaren.
"Honestamente, esta vitória foi um presente para mim. Como eu não ganhei muitos durante a minha carreira, aceitei este com prazer", falou ele, que, mesmo tendo "ganhado" o triunfo, teve de trabalhar duro na prova.
Largando em segundo, o australiano perdeu a posição para Fernando Alonso logo na largada. Vettel, pole pela sétima vez no ano, largou bem e manteve-se à frente.
Com um Red Bull perfeito nas mãos, o alemão passou a abrir cerca de um segundo por volta em relação a Alonso, que, com uma Ferrari não tão boa, segurava Webber.
No décimo giro, Vettel já tinha 9s071 de vantagem. Mas, cinco voltas depois, um pedaço de carro na pista forçou a entrada do safety car. Webber resolveu, então, tentar estratégia diferente para, pelo menos, superar Alonso.
"Fiquei torcendo: "Vai pro pit, Alonso, por favor, por favor".", contou ele, que ficou na pista enquanto todos os principais rivais aproveitaram para ir aos boxes.
Vettel voltou atrás dele e ganharia a prova não fosse um erro no momento da relargada. "Perdi o rádio e o contato com a equipe e fiquei sem saber quando o safety car sairia", explicou o alemão, com cara de choro.
"Como o Mark estava perto dele, achei que ainda não era hora da relargada e dei uma dormida", completou Vettel, que foi punido com um "drive through" pela desatenção -excedeu a distância limite para o carro madrinha.
A essa altura, Webber viu que tinha chance de vencer.
E passou a "voar" na pista para poder fazer seu pit e voltar à frente dos outros. "Sabia que precisava de pelo menos 20 segundos para poder fazer minha parada com tranquilidade e voltar à frente. Dali em diante foi uma questão de controlar a corrida."
"Não imaginei que fosse ganhar. Com o Seb na pole e liderando com facilidade, achei que segundo era o melhor que eu poderia conseguir. Mas não vou ficar aqui reclamando", completou ele, enquanto Vettel lamentava.
"Foi um bom resultado para nossa equipe, mas não posso dizer que não esteja muito desapontado", falou.


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