São Paulo, segunda-feira, 02 de setembro de 2002

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Murtosa perde a 3ª e entrega o cargo, mas diretoria adia decisão para hoje

Palmeiras toma 5, e técnico pede para sair

Lucimar do Carmo/"Estado do Paraná"
Caído, Marcos observa jogadores do Paraná comemorarem um de seus cinco gols no vitória sobre o Palmeiras, ontem, em Curitiba


EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL

FERNANDO MELLO
DO PAINEL FC

O Palmeiras mais uma vez saiu humilhado de campo, e o técnico Murtosa não suportou a pressão.
Ainda nos vestiários, depois de ver seu time goleado por 5 a 1 pelo Paraná, em Curitiba, ontem à tarde, o treinador palmeirense pediu demissão ao diretor de futebol do clube, Sebastião Lapolla.
O treinador também comunicou sua decisão a amigos e a familiares no Rio Grande do Sul.
O dirigente não quis dar uma resposta ao treinador. Disse que primeiro conversaria com o presidente Mustafá Contursi, que não viajou a Curitiba. A decisão sobre a permanência ou não de Murtosa deve sair hoje.
Em sua segunda investida em carreira solo, o ex-auxiliar de Luiz Felipe Scolari tem colhido resultados medíocres. No Paraná, acumulou sua terceira derrota seguida desde que assumiu o time, na terceira rodada do Nacional.
Antes da partida contra os paranaenses, que entraram em campo ocupando a última colocação no Brasileiro, o próprio Murtosa havia dito que "nenhum treinador consegue se manter no cargo sem vitórias", admitindo deixar o clube em caso de novo fracasso.
Com o resultado, o time caiu para a 23ª colocação do Nacional, com 5 pontos. Ou seja, se a competição terminasse hoje, o Palmeiras estaria rebaixado para a segunda divisão do torneio.
"Pode não dar tempo nem de tentar a classificação", disse o atacante Nenê.
Precisando da vitória, Murtosa, que em sua primeira passagem pelo Palmeiras conquistou a Copa dos Campeões, em 2000, resolveu colocar o time no ataque. As mudanças feitas por ele surtiram efeito só nos primeiros 45 minutos. Depois disso, o que se viu foi uma equipe apática e desorganizada em campo ser dominada pelo rival, que contou com Márcio em dia inspirado. O atacante fez quatro dos cinco gols da equipe.
No primeiro tempo, mesmo exposto em seu sistema defensivo, a equipe do Parque Antarctica ganhou qualidade no meio-campo com a entrada de Leonardo e força no ataque com três atacantes.
Tanto que, logo aos 2min, os paulistas chegaram ao gol. Nenê cobrou falta da intermediária, a bola foi desviada por Tiago Mathias na área e sobrou para Dodô.
O atacante, de frente para o goleiro Marcos, chutou forte para abrir o placar.
Em crise, os paranaenses também armaram um esquema ofensivo. Dessa forma, responderam logo ao ataque certeiro do adversário. Aos 6min, Márcio empatou após cobrança de pênalti, cometido pelo zagueiro Tiago Mathias, que tocou a mão na bola após cruzamento da esquerda.
O que se viu em seguida foram as duas equipes se alternando no ataque. Aos 13min, Leonardo lançou Itamar na direita. O atacante invadiu a área e chutou para a boa defesa de Marcos.
Aos 24min, o Paraná teve um gol anulado. A bola sobrou para Bosco na entrada da área. O lateral furou na primeira tentativa, mas acertou belo chute na sequência e marcou. O árbitro Luciano Augusto Almeida, no entanto, invalidou o lance alegando um toque de mão do jogador paranaense, o que não ocorreu.
Mais objetivo, o time da casa virou o placar. Maurílio, aos 35min, cobrou escanteio, Marcos falhou, e Márcio, de cabeça, fez 2 a 1.
Se no primeiro tempo o Palmeiras deixou a impressão de que poderia reagir no campeonato, na etapa final essa possibilidade foi completamente enterrada.
Desorganizado, o time de Murtosa foi dominado pelo Paraná, que não encontrava resistência para chegar ao gol do rival.
Aos 11min da segunda etapa, foi a vez de Tiago Mathias cometer falha na área. Márcio aproveitou o erro grosseiro do zagueiro e, cara a cara com Marcos, chutou no canto direito para marcar.
Sem qualquer poder de reação, o Palmeiras continuou à mercê dos ataques do rival.
Aos 21min, Márcio, de novo, fez seu quarto gol na partida ao chutar rasteiro da entrada da área no canto direito de Marcos.
A falta de alternativas fez o técnico palmeirense expor ainda mais sua equipe. Ele sacou o volante Alceu e colocou Juliano tentando dar mais poder de fogo ao time. Ainda tirou Itamar e pôs o atacante Vagner.
Mas foi a equipe paranaense quem marcou de novo. Fabinho recebeu na área e tocou na saída de Marcos.



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