JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
DA REPORTAGEM LOCAL

Mal chegou a Madri e Ronaldo iniciou uma nova negociação. Tenta encontrar um time para sua mulher, Milene Domingues, que vinha jogando numa equipe de futebol feminino em Milão.
As tratativas estão sendo feitas com o Atlético de Madrid, um dos maiores rivais do Real, o novo clube do ídolo brasileiro.
""Será uma atração a mais e uma forma de chamar a atenção para o futebol feminino aqui na Espanha", disse à Folha, por telefone, Lola Herrera, que comanda o time das mulheres do Atlético.
""Além de ser a mulher do "Fenômeno" [como Ronaldo era chamado na Itália", ela é bonita e joga bem. Conosco, irá aprender ainda mais e poderá se destacar."
Segundo Herrera, as negociações, que deverão ser definidas hoje, foram intermediadas por Jorge Valdano, diretor do Real e um dos principais responsáveis pela contratação de Ronaldo.
O brasileiro, que viajou de Milão a Madri em um jato particular, foi recebido por dirigentes de seu novo clube no aeroporto.
Sorridente, entrou num carro sem dar declarações à imprensa e saiu escoltado por cinco veículos da Guarda Civil Espanhola.
Depois de almoçar com dirigentes do Real, o atacante afirmou que será mais um jogador numa equipe de estrelas, das quais destacou, em especial, o português Figo e o brasileiro Roberto Carlos, que são, como ele, atletas Nike.
""É uma honra vestir a camisa do Real e ele não se importa se vai usar a de número 9 ou a de número 11. O importante é ter concretizado um sonho", disse Rodrigo Paiva, o porta-voz do atleta.
Segundo o time madrilenho, a transferência de Ronaldo da Inter de Milão custou entre US$ 40 milhões e US$ 50 milhões. A assessoria de Alexandre Martins, um dos procuradores do atacante, insiste que o valor foi maior, ficando na casa dos US$ 70 milhões.
Hoje, depois de fazer exames médicos -antes da Copa-2002, que acabou como artilheiro, ficou quase três anos afastado dos gramados devido a contusões-, será apresentado à torcida no estádio Santiago Bernabeu.
Em Milão, a torcida da Inter voltou a criticar Ronaldo, exibindo cartazes em que o chamava de ""mercenário" e ""corno".
O jogador deve processar veículos de comunicação que insinuaram que sua mulher não queria sair do país porque estaria tendo um caso com o holandês Clarence Seedorf, hoje no Milan e ex-companheiro de Ronaldo na Inter.
Ainda ontem uma emissora de TV italiana dizia que Milene chorou durante duas horas ao saber que teria de sair de Milão. Ronaldo negou que ela tenha chorado, e Seedorf lamentou a saída do amigo, dizendo que, como aconteceu com ele próprio, foi boicotado pelo técnico Héctor Cúper, a quem chama de ""o vilão da história".



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