São Paulo, sexta-feira, 02 de setembro de 2011

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Operários param outra vez Maracanã

2014
Trabalhadores reivindicam melhores condições no canteiro, e empreiteiras consideram atitude abusiva


SÉRGIO RANGEL
DO RIO

Dez dias depois de encerrarem a primeira greve, operários que trabalham na reforma do Maracanã voltaram ontem a cruzar os braços.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada Intermunicipal do Rio de Janeiro (Sitraicp), Nilson Duarte Costa, os funcionários do turno da noite reivindicam melhores condições de trabalho.
Eles alegaram ontem que a comida estava estragada e que não havia médicos suficientes no canteiro de obras.
Além de reivindicar melhor tratamento no canteiro, os operários afirmam que o consórcio não entregou o cartão da cesta básica no valor de R$ 160, conforme acordo fechado no mês passado.
Também dizem que as empresas não fizeram o pagamento de horas extras.
A paralisação começou de madrugada. De manhã, os trabalhadores se reuniram na entrada do canteiro e decidiram continuar com a greve.
Hoje de manhã, os cerca de 2.000 operários votam se retomarão o trabalho ou não.
O Maracanã será o palco da final da Copa-2014. O estádio também sediará a Copa das Confederações em 2013.
Por causa das reformas, Flamengo e Fluminense estão tendo que jogar nos estádios de Vasco e Botafogo.
Em nota, o consórcio formado pelas empreiteiras Andrade Gutierrez, Odebrecht e Delta informou que não negociará com os grevistas antes do final da paralisação e que pretende entrar hoje na Justiça do Trabalho.
As empresas querem que o movimento seja declarado abusivo pelo TRT do Rio.
Segundo os empreiteiros, não há "motivo para a atual paralisação", já que "o movimento ocorre depois que o consórcio chegou a um acordo com representantes dos trabalhadores em torno de pauta de reivindicações".
A primeira greve foi decretada após o ajudante Carlos Felipe da Silva Pereira fraturar o joelho na explosão de um galão, no dia 17 passado.
Na época, os trabalhadores reivindicaram melhores condições de trabalho, além de aumento salarial, vale alimentação e plano de saúde.
A paralisação esvaziou o canteiro de obras do Maracanã por cinco dias. A reforma do estádio funciona praticamente por 24 horas diárias há cerca de quatro meses.
Anteontem, o TCU (Tribunal de Contas da União), auxiliado pela CGU (Controladoria-Geral da União), do governo federal, informou ter encontrado sobrepreço de R$ 163 milhões no orçamento final da reforma do estádio.
Depois da negociação do TCU com o governo do Rio, o preço final da reforma caiu para R$ 859,4 milhões. Sendo assim, o BNDES vai poder financiar a obra da arena carioca com R$ 400 milhões.

FOLHA.com
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