São Paulo, sexta-feira, 02 de setembro de 2011

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MOTOR

FÁBIO SEIXAS - fabioseixas.folha@uol.com.br @fabio_seixas

Jovens pilotos, a F-1 e a arte de chegar chegando

POUCOS PILOTOS na história chegaram à F-1 com currículos tão brilhantes como os de Zonta e Pizzonia.
Campeão da F-3 sul-americana, da F-3000 e da FIA GT, piloto de testes de Jordan e McLaren -após rejeitar propostas de Williams e Ferrari-, o primeiro assinou com a BAR para estrear em 1999. Lugar errado na hora errada. Com o companheiro de equipe errado, Villeneuve, e o chefe errado, Pollock.
Começou mal.
Tão mal que não houve jeito de se recuperar, de resgatar a imagem, mesmo com oportunidades na Jordan, na Toyota e na Renault. Em 2008, desistiu de bater na porta daquele paddock outrora tão simpático, mas já com clima tão hostil.
O segundo foi campeão dos ingleses de F-Renault e F-3, com impressionantes recordes de vitórias e poles em solo europeu. Carregava um marketing bacana: era o "Jungle Boy", da selva para o mundo. E, na F-3000, ainda corria com apoio da Petrobras, dinheirinho bom.
Todos o queriam. Rejeitou assinar ad eternum com Briatore, mas fez testes para a Benetton. Testou por Williams e Arrows. Em 2003, enfim estreou, pela Jaguar.
Lugar errado na hora errada. Com o chefe errado, Purnell. Com o companheiro errado, Webber -que espertamente treinava com o carro leve, sacrificando o domingo mas aparecendo como um gênio no sábado.
Começou mal.
Foi dispensado após 11 provas. Teve chances na Williams em 2004 e 2005. Mas a fila andara, outros prodígios surgiam na linha de montagem, já não era visto com os mesmos olhos.
Hoje, quando consegue vaga, corre uma prova da Stock Car. Lá, encontra Zonta... De nada adiantaram anos na base, títulos, cartaz. Aliás, raramente campeões da base vingam na F-1.
Mais importante do que tudo, para se firmar na F-1 é necessário saber chegar. É preciso chegar chegando.
Bruno fez isso no sábado. E, após conquistar o sétimo lugar no grid, saiu correndo pelo paddock, tomou impulso, pulou em Boulier, o chefe. Os dois se abraçaram, riram, contagiaram quem estava ao redor.
Era a imagem do tal lugar certo na hora certa. Naquele abraço, a certeza de que a equipe brigará para mantê-lo. Vai dar certo? É cedo para dizer. Mas Bruno já fez o que outros não conseguiram. Passou pelo primeiro obstáculo. Começou bem.

NA FILA
DÚVIDA CRUEL
Virtual campeão da F-3 inglesa e mais promissor piloto brasileiro na base, Felipe Nasr, 19, vive momento-chave na carreira. Tem nas mãos proposta do programa de desenvolvimento da McLaren, mas não assinou porque também foi sondado pela Ferrari -aquela que busca um "jovem talento" para 2013. No ano, em 21 provas, soma sete vitórias e três poles.


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