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Ex-perseguidos se tornam protagonistas em clássico
Para confirmar ascensão no Nacional e manter artilharia em alta, São Paulo e Palmeiras apostam em Cicinho, Grafite, Pedrinho e Claudecir
EDUARDO ARRUDA
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma semana atrás, o atacante
Grafite, suspenso, nem viajou a
Porto Alegre, onde o São Paulo
perdia a primeira partida sob o
comando de Leão. No mesmo dia,
Pedrinho, após ser envolvido em
suposto complô para derrubar
Estevam Soares, era reintegrado
ao grupo palmeirense.
Em uma guinada meteórica, as
duas "pedras no sapato" deram a
volta por cima durante a semana e
se tornaram as soluções de seus
clubes no clássico das 16h, no Morumbi, pelo Brasileiro-2004.
Curiosamente, dos pés desses
dois atletas, perseguidos e criticados em suas equipes, São Paulo e
Palmeiras ganharam novo fôlego
e esperança na competição.
Com a volta de Pedrinho, os palmeirenses quebraram jejum de
seis jogos sem vitória e interromperam a seca de gols. Foram oitos
gols, dois triunfos (Vasco e São
Caetano) e a paz de volta.
Nessa retomada da equipe do
Parque Antarctica, entrou em cena também outro ex-renegado: o
volante Claudecir.
Agora titular inconteste do
meio-campo de Estevam Soares,
o atleta só voltou a começar uma
partida pelo Palmeiras, na semana passada, contra o Vasco, após
um ano e meio -no início deste
ano, Claudecir chegou a ser colocado para treinar no Palmeiras B
porque, no entendimento da diretoria, já havia volantes demais no
elenco principal.
"Além deles, eu ainda colocaria
a entrada do Daniel. Com esses
três jogadores, nós mexemos nos
três setores da equipe. Cada um
deles deu uma qualidade diferente ao seu setor", explica Estevam
Soares, ao incluir na lista o zagueiro, que voltou a jogar após ficar
afastado por oito meses devido a
uma lesão no joelho.
Com a volta de Grafite, os são-paulinos venceram depois de cinco jogos e também voltaram a balançar as redes. De forma exagerada até. O atacante protagonizou
a goleada por 7 a 0 sobre o Paysandu, a maior do Brasileiro e a
mais elástica do clube na história
da competição.
Até então perseguido pela torcida por conta dos gols que anotou
contra o Juventus, que livraram o
rival Corinthians do rebaixamento, Grafite deixou o gramado do
Morumbi aplaudido pela primeira vez. E passou a ser chamado de
"matador" pelos colegas.
"O futebol é legal por isso. A recuperação se dá em dois jogos. É
isso que aconteceu com o Pedrinho e o Grafite", diz Leão.
"Tenho que ter uma seqüência,
terminar bem o ano. Classificar o
time para a Libertadores, ou até
conquistar o título. Aí vai ficar tudo bem", opinou Grafite.
"Ele é nosso principal atacante
hoje. Ele evoluiu muito no último
jogo", diz o goleiro Rogério.
Contra os paraenses, entrou em
cena um atleta que vinha sendo
ameaçado com a reserva por
Leão. Cicinho, ao marcar duas vezes contra o Paysandu, parece ter
conquistado de vez o treinador ao
assumir a artilharia do time no
Brasileiro, com sete gols.
A expectativa de que esses atletas, outrora um problema para
seus clubes, possam repetir no
clássico suas atuações recentes
ganha ainda maior evidência pela
posição dos arqui-rivais na tabela.
Apenas dois pontos separam o
quinto colocado Palmeiras (55)
do sétimo São Paulo (53).
E quem resume a relevância de
um triunfo é o treinador palmeirense: "Será um divisor de águas
para os dois times. Quem ganhar
começa a sonhar outra vez".
NA TV - Globo (apenas para
SP), ao vivo, às 16h
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