São Paulo, sábado, 02 de outubro de 2004

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Ex-perseguidos se tornam protagonistas em clássico

Para confirmar ascensão no Nacional e manter artilharia em alta, São Paulo e Palmeiras apostam em Cicinho, Grafite, Pedrinho e Claudecir

EDUARDO ARRUDA
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma semana atrás, o atacante Grafite, suspenso, nem viajou a Porto Alegre, onde o São Paulo perdia a primeira partida sob o comando de Leão. No mesmo dia, Pedrinho, após ser envolvido em suposto complô para derrubar Estevam Soares, era reintegrado ao grupo palmeirense.
Em uma guinada meteórica, as duas "pedras no sapato" deram a volta por cima durante a semana e se tornaram as soluções de seus clubes no clássico das 16h, no Morumbi, pelo Brasileiro-2004.
Curiosamente, dos pés desses dois atletas, perseguidos e criticados em suas equipes, São Paulo e Palmeiras ganharam novo fôlego e esperança na competição.
Com a volta de Pedrinho, os palmeirenses quebraram jejum de seis jogos sem vitória e interromperam a seca de gols. Foram oitos gols, dois triunfos (Vasco e São Caetano) e a paz de volta.
Nessa retomada da equipe do Parque Antarctica, entrou em cena também outro ex-renegado: o volante Claudecir.
Agora titular inconteste do meio-campo de Estevam Soares, o atleta só voltou a começar uma partida pelo Palmeiras, na semana passada, contra o Vasco, após um ano e meio -no início deste ano, Claudecir chegou a ser colocado para treinar no Palmeiras B porque, no entendimento da diretoria, já havia volantes demais no elenco principal.
"Além deles, eu ainda colocaria a entrada do Daniel. Com esses três jogadores, nós mexemos nos três setores da equipe. Cada um deles deu uma qualidade diferente ao seu setor", explica Estevam Soares, ao incluir na lista o zagueiro, que voltou a jogar após ficar afastado por oito meses devido a uma lesão no joelho.
Com a volta de Grafite, os são-paulinos venceram depois de cinco jogos e também voltaram a balançar as redes. De forma exagerada até. O atacante protagonizou a goleada por 7 a 0 sobre o Paysandu, a maior do Brasileiro e a mais elástica do clube na história da competição.
Até então perseguido pela torcida por conta dos gols que anotou contra o Juventus, que livraram o rival Corinthians do rebaixamento, Grafite deixou o gramado do Morumbi aplaudido pela primeira vez. E passou a ser chamado de "matador" pelos colegas.
"O futebol é legal por isso. A recuperação se dá em dois jogos. É isso que aconteceu com o Pedrinho e o Grafite", diz Leão.
"Tenho que ter uma seqüência, terminar bem o ano. Classificar o time para a Libertadores, ou até conquistar o título. Aí vai ficar tudo bem", opinou Grafite.
"Ele é nosso principal atacante hoje. Ele evoluiu muito no último jogo", diz o goleiro Rogério.
Contra os paraenses, entrou em cena um atleta que vinha sendo ameaçado com a reserva por Leão. Cicinho, ao marcar duas vezes contra o Paysandu, parece ter conquistado de vez o treinador ao assumir a artilharia do time no Brasileiro, com sete gols.
A expectativa de que esses atletas, outrora um problema para seus clubes, possam repetir no clássico suas atuações recentes ganha ainda maior evidência pela posição dos arqui-rivais na tabela. Apenas dois pontos separam o quinto colocado Palmeiras (55) do sétimo São Paulo (53).
E quem resume a relevância de um triunfo é o treinador palmeirense: "Será um divisor de águas para os dois times. Quem ganhar começa a sonhar outra vez".


NA TV - Globo (apenas para SP), ao vivo, às 16h


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