São Paulo, terça-feira, 02 de outubro de 2007

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Cobrança extra põe vice de Dualib sob suspeita

Atual diretoria investiga adendo de R$ 520 mil solicitado por Rubens Gomes

Documento anexado ao contrato de empréstimo de Moradei não é assinado pelo presidente do Bragantino, que apresenta outra versão

EDUARDO ARRUDA
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

Alberto Dualib renunciou à presidência, mas os problemas de sua administração ainda continuam a ser discutidos no Corinthians. O mais recente vem do último período que a diretoria que respondia a Dualib comandou o futebol do clube.
Os atuais dirigentes suspeitam de suposta cobrança indevida, feita pelo ex-vice-presidente de futebol Rubens Gomes, o Rubão, referente à contratação do volante Moradei.
O jogador foi adquirido do Bragantino sem custos e com contrato datado em 28 de maio.
No dia 2 de julho, dizem membros da atual diretoria, foi feito um adendo no contrato cobrando R$ 520 mil divididos em cinco parcelas -a data coincide com a posse de Rubão como vice de futebol.
O documento anexado, no entanto, não tem a assinatura do presidente do Bragantino, Marquinhos Chedid. Segundo cartolas que tiveram acesso ao adendo, ele leva apenas a assinatura de Dualib.
O adendo, que hoje está nas mãos dos atuais cartolas que comandam o clube, foi mostrado pela primeira vez por Rubão em reunião do Cori (Conselho de Orientação) no dia 17 de agosto. Segundo membros do Cori, o ex-vice cobrava o pagamento do valor ao Bragantino.
Rubão voltou a cobrar a dívida em nome do clube do interior no dia 18 de setembro, desta vez diretamente com o presidente Clodomil Orsi.
Dois motivos fizeram cartolas corintianos suspeitarem do adendo. O primeiro é que ele não menciona as datas de pagamentos das cinco parcelas. O segundo é o fato de Rubão ter se proposto a cobrar a suposta dívida em nome do Bragantino sem que no documento conste a assinatura do presidente do clube do interior.
O ex-vice de futebol diz não ter participado da confecção desse adendo. E, segundo Rubão, a dívida seria relativa à contratação do zagueiro Kadu, também contratado do Bragantino durante sua gestão.
"O Moradei não custou nada ao Corinthians. O que houve foi que pagaram o empresário do Kadu, mas não pagaram a parte do Bragantino. "Eles [diretoria] estão falando isso porque o Marquinhos cobra de mim e eu cobro eles para resolverem logo essa situação", diz Rubão.
"Sou uma pessoa com 20 anos de vida pública transparente. Coloco meu sigilo bancário, fiscal e minhas declarações de renda à disposição de quem quiser", completou.
Já o presidente do Bragantino tem uma outra versão para a única dívida que diz esperar o Corinthians pagar.
Segundo Marquinhos Chedid, só estão pendentes ainda duas parcelas atrasadas (agosto e setembro) de R$ 104 mil cada, referentes a parte do pagamento dos cerca de R$ 3,6 milhões que o Corinthians gastou para adquirir cinco atletas (50% dos direitos de Felipe, Zelão e Kadu, 100% de Everton Santos, além de Moradei).
"Inclusive acabei de sair de uma reunião com o Clodomil e ficou acertado que o pagamento será feito em nova data. Entre Corinthians e Bragantino está tudo certo", disse Chedid.
As suspeitas sobre Rubão serão levadas para apreciação do Cori, em reunião no próximo dia 16. O órgão poderá abrir um processo administrativo contra o ex-vice de futebol.


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