São Paulo, quinta-feira, 02 de outubro de 2008

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FUTEBOL

A beleza está nas pequenas coisas


Façanha do humilde Hull no Emirates é o tipo de coisa que inspira os mais belos filmes, livros e histórias do esporte

RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

A COPA DOS Campeões é um sonho, os grandes clubes e craques são sensacionais, mas às vezes esquecemos, talvez por ser piegas, que as coisas mais bonitas e tocantes são aquelas mais simples.
Tive a honra de comentar um jogo no último sábado que deve ter passado desapercebido para a imensa maioria das pessoas no planeta, mas algumas poucas jamais esquecerão o que ocorreu no Emirates Stadium, a moderna arena do grande Arsenal. O Hull City esperou 104 anos para jogar a primeira divisão da Inglaterra. Chegou à elite no momento em que a liga inglesa é o campeonato nacional mais rico e badalado do mundo. Qualquer prognóstico sensato apontaria o simpático Hull como um candidato a voltar no ano que vem para a segunda divisão e o ostracismo. Mas ele já teve seus 90 minutos (e os acréscimos) de fama.
O Arsenal havia perdido até o fim de semana apenas uma vez no Emirates Stadium. E o melhor momento da vida do Hull tinha sido alcançar a fase semifinal da Copa da Inglaterra de 1930. Os Gunners, que tanto simbolizam o império britânico, eram claros favoritos nas bolsas de apostas contra os Tigers (o Hull lembra pelo uniforme, e apenas por isso, o lendário Peñarol). O Arsenal jogava diante de mais de 60 mil pessoas para retomar a liderança da Premier League e saiu na frente. Esteve a ponto de golear o adversário que visitava o estádio pela primeira vez.
Mas Geovanni, um brasileiro ""esquecido" em Kingston upon Hull, anotou um dos gols mais belos da temporada. Um frio congelante percorreu a espinha dos mandantes (como, dizem, aconteceu no Maracanã na final da Copa de 1950 quando Schiaffino empatou para o Uruguai contra o já campeão Brasil), e um fogo louco acendeu nos olhos dos jogadores e torcedores do Hull e do técnico Phil Brown. A história estava na frente deles. A virada virou questão de tempo. Quatro minutos depois, Cousin fez de cabeça o gol da vitória, também acertando o ângulo.
O Hull City, que ocupa a honrosa sexta posição do Inglês, pode até ser rebaixado, mas o ""Emiratazo" está marcado para sempre em sua pele.

CFR CLUJ
O Chelsea não dobrou a ""sensação" da Champions, mas Felipão já havia alertado para a ""força portuguesa" do time romeno. São nove jogadores que falam português no time (um é francês, o ""Tony" da Silva).

ANORTHOSIS FAMAGUSTA
O time cipriota, assim como o CFR Cluj, estaria classificado hoje para o mata-mata. Quem é A sensação?

FUTSAL
Não teve nada a ver com o Mundial, mas amigos me chamaram para jogar o velho futebol de salão. Voltei após 15 anos a praticar o esporte e sigo com antiga opinião: é uma delícia jogar, mas assistir nem tanto.

rbueno@folhasp.com.br



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