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copenhague, 13h30
Rio olímpico joga sua melhor chance
Candidatura, de R$ 25,9 bilhões, conta com boa avaliação e momento político na disputa com Chicago, Madri e Tóquio
Decisão sobre o destino da Olimpíada de 2016 acontece hoje, no começo da tarde, em cerimônia de contornos históricos na Dinamarca
LUCIANA COELHO
RODRIGO MATTOS
SÉRGIO RANGEL
ENVIADOS ESPECIAIS A COPENHAGUE
A Olimpíada nunca esteve
tão perto do Rio de Janeiro. Um
projeto técnico detalhado levou a cidade à final da escolha
para os Jogos-2016. E, no COI
(Comitê Olímpico Internacional), a candidatura encontrou
um cenário político favorável.
Sessão do comitê em Copenhague, Dinamarca, vai decidir
o destino do evento. A cerimônia de anúncio começará às
13h30 (de Brasília), com TV.
Se ganhar, o Rio será a primeira cidade sul-americana a
receber os Jogos. É a quarta
tentativa brasileira, a terceira
da capital fluminense e a estreia do país na fase final, o que
explica a presença do presidente Lula e a disposição do governo de gastar R$ 25,9 bilhões no
evento -cifra sem precedentes
na história do esporte nacional.
As concorrentes são Chicago,
Madri e Tóquio, de países que
já sediaram a Olimpíada.
A decisão começaria na madrugada, com as apresentações
dos projetos no Centro de Convenções Bella Center. Encerra-se com 97 membros do COI votando nas cidades até que uma
tenha maioria. A cada turno, a
última colocada será cortada.
No campo técnico, o projeto
do Rio foi bem acolhido. No relatório da comissão de inspeção, divulgado no mês passado,
foram amenizadas críticas a
pontos fracos citados anteriormente, durante o processo, como segurança. Lanterna na primeira avaliação do COI, o Rio
igualou-se aos concorrentes.
Madri foi duramente censurada pelo relatório por sua estrutura de organização, considerada confusa. A candidatura
espanhola é chefiada por Juan
Antônio Samaranch Jr., filho
do ex-presidente do COI que o
belga Jacques Rogge sucedeu
com discurso de modernização.
O Japão também sofreu censuras no documento. A Vila
Olímpica de Tóquio foi criticada por causa da proximidade
com o mercado de peixe local.
Até sugeriram mudá-la.
Tão forte como o Rio surge
Chicago, que sanou seu maior
problema ao conseguir garantia financeira da prefeitura.
Conta ainda com o alcance
global de seus patrocinadores
(alguns, velhos financiadores
do Movimento Olímpico), além
da força do presidente Barack
Obama -ele chega hoje a Copenhague, onde a mulher, Michele, faz campanha há dois dias.
A aceitação da candidatura
brasileira no relatório é considerada, nos bastidores da disputa, reflexo do timing político.
A reeleição de Rogge no COI
(que será confirmada na próxima semana, pois é candidato
único) beneficiaria o Rio. Desde 2001 no poder, deve ir para
seu último mandato, e uma vitória carioca garantiria um legado ao Movimento Olímpico:
Jogos na América do Sul.
"É evidente que, se os Jogos
forem para o Brasil, será um
ponto positivo para sua presidência", contou o membro português do COI, Fernando Bello.
"Mas ele não tem influído."
Rogge não saiu pedindo votos pelo Rio. Mas, claramente,
abriu caminho para a candidatura brasileira se fortalecer.
A diplomacia olímpica é pontuada por gestos suaves que
têm impacto. E o belga deu sinais em favor do plano carioca.
Em 2007, esteve na cidade e
deu sua aprovação à organização do Pan. Antes reticente em
relação a realizar a Olimpíada
no mesmo país da Copa de
2014, ele depois se disse a favor.
Madrilenos veem apoio velado de Rogge ao Rio. Ainda enxergam boicote à sua postulação, que enfrenta o fato de repetir sede na Europa -Londres
receberá a Olimpíada de 2012.
Questionada se Rogge deixaria um legado ao levar os Jogos
ao Rio, a delegada do COI Nicole Hoevertsz, de Aruba, respondeu. "Oxalá seja assim."
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