São Paulo, sexta-feira, 02 de outubro de 2009

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Governo espera aumento da participação privada

Henrique Meirelles afirma que vitória do Rio pode gerar mais investimentos

Candidatura é calcada em dinheiro público e ostenta a menor previsão de retorno com patrocinadores e direitos de transmissão

DOS ENVIADOS A COPENHAGUE

Com a economia brasileira em expansão, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, espera que a eventual organização de uma Olimpíada no Rio, em 2016, consiga maior participação de verba privada.
É assim que rebate questionamentos de membros do COI (Comitê Olímpico Internacional) sobre se haverá dinheiro suficiente para marketing da Copa do Mundo e dos Jogos no Rio. Seriam apenas dois anos de diferença entre os eventos.
"O que expliquei a eles [membros do comitê] é que existe uma disponibilidade para o futuro [de dinheiro privado]", afirmou Meirelles à Folha. "Acho que é uma combinação de dinheiro privado e público. Há lugares em que tem que ser público. Sempre é positivo mais investimento privado."
Hoje, o Rio tem o menor volume de recursos oriundos de patrocinadores e direitos de TV entre as quatro candidatas. E, mesmo assim, o maior orçamento: R$ 25,9 bilhões.
É para garantir que esse dinheiro existirá que Meirelles falará aos membros do COI na apresentação de hoje. Ontem, ele fez um breve ensaio.
Antes, participou de entrevista que incluía a imprensa estrangeira. Com destaques como o ex-tenista Gustavo Kuerten e o velejador Torben Grael ao seu lado, foi quem mais falou. "O Brasil será a quinta maior economia do mundo em 2016, segundo o Banco Mundial", exaltou, citando o investimento de US$ 200 bilhões previsto pelo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
Um valor um pouco maior do que esse, US$ 240 bilhões, está no plano da Rio-2016, que foi elogiado pelo relatório do COI.
Questionado sobre a validade de realizar os Jogos, o presidente do BC disse ver um custo-benefício "favorável".
"Do ponto de vista social, isso vai mobilizar questões no Rio. E será um catalisador de investimentos em áreas como transporte. Ainda capitalizará investimentos no social, um terceiro setor em que o Brasil está crescendo", completou.
Meirelles tem servido como para-raios da candidatura brasileira contra o maior poderio econômico das concorrentes.
Hoje, o Brasil é a oitava maior economia do mundo. A Espanha ocupa a décima posição. Japão e EUA estão nas duas primeiras colocações no ranking do Banco Mundial.
Segundo Mike Lee, marqueteiro da Rio-2016, o presidente do Banco Central foi chamado pelos membros do COI a voltar a falar -já tinha estado em evento em Lausanne, na Suíça.
Lee tem repetido os mantras de Meirelles, como o crescimento do país, a crise econômica curta e os fortes fundamentos da economia durante entrevistas e apresentações na Dinamarca.0 (LUCIANA COELHO, RODRIGO MATTOS E SÉRGIO RANGEL)


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