|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Governo espera aumento da participação privada
Henrique Meirelles afirma que vitória do Rio pode gerar mais investimentos
Candidatura é calcada em dinheiro público e ostenta a menor previsão de retorno com patrocinadores e direitos de transmissão
DOS ENVIADOS A COPENHAGUE
Com a economia brasileira
em expansão, o presidente do
Banco Central, Henrique Meirelles, espera que a eventual organização de uma Olimpíada
no Rio, em 2016, consiga maior
participação de verba privada.
É assim que rebate questionamentos de membros do COI
(Comitê Olímpico Internacional) sobre se haverá dinheiro
suficiente para marketing da
Copa do Mundo e dos Jogos no
Rio. Seriam apenas dois anos
de diferença entre os eventos.
"O que expliquei a eles
[membros do comitê] é que
existe uma disponibilidade para o futuro [de dinheiro privado]", afirmou Meirelles à Folha. "Acho que é uma combinação de dinheiro privado e público. Há lugares em que tem que
ser público. Sempre é positivo
mais investimento privado."
Hoje, o Rio tem o menor volume de recursos oriundos de
patrocinadores e direitos de TV
entre as quatro candidatas. E,
mesmo assim, o maior orçamento: R$ 25,9 bilhões.
É para garantir que esse dinheiro existirá que Meirelles
falará aos membros do COI na
apresentação de hoje. Ontem,
ele fez um breve ensaio.
Antes, participou de entrevista que incluía a imprensa estrangeira. Com destaques como o ex-tenista Gustavo Kuerten e o velejador Torben Grael
ao seu lado, foi quem mais falou. "O Brasil será a quinta
maior economia do mundo em
2016, segundo o Banco Mundial", exaltou, citando o investimento de US$ 200 bilhões previsto pelo PAC (Programa de
Aceleração do Crescimento).
Um valor um pouco maior do
que esse, US$ 240 bilhões, está
no plano da Rio-2016, que foi
elogiado pelo relatório do COI.
Questionado sobre a validade
de realizar os Jogos, o presidente do BC disse ver um custo-benefício "favorável".
"Do ponto de vista social, isso
vai mobilizar questões no Rio.
E será um catalisador de investimentos em áreas como transporte. Ainda capitalizará investimentos no social, um terceiro
setor em que o Brasil está crescendo", completou.
Meirelles tem servido como
para-raios da candidatura brasileira contra o maior poderio
econômico das concorrentes.
Hoje, o Brasil é a oitava maior
economia do mundo. A Espanha ocupa a décima posição.
Japão e EUA estão nas duas
primeiras colocações no ranking do Banco Mundial.
Segundo Mike Lee, marqueteiro da Rio-2016, o presidente
do Banco Central foi chamado
pelos membros do COI a voltar
a falar -já tinha estado em
evento em Lausanne, na Suíça.
Lee tem repetido os mantras
de Meirelles, como o crescimento do país, a crise econômica curta e os fortes fundamentos da economia durante entrevistas e apresentações na Dinamarca.0
(LUCIANA COELHO, RODRIGO MATTOS E SÉRGIO RANGEL)
Texto Anterior: Ação - Carlos Sarli: Semana movimentada Próximo Texto: Frase Índice
|