DIOGO PINHEIRO
FREE-LANCE PARA A FOLHA CAMPINAS

Cercado de cuidados, o que pode ser o último "derby" do milênio entre Guarani e Ponte Preta acontece hoje, às 16h, no estádio Brinco de Ouro, em Campinas.
Pela rivalidade entre as torcidas, o jogo é encarado pela Polícia Militar e pelo Ministério Público como de alto risco à segurança dos campineiros.
Além de um forte aparato policial -com 600 homens destacados, apoio do pelotão de choque e utilização de um helicóptero-, serão usadas sete câmeras de vídeo, quatro dentro do Brinco de Ouro e três colocadas em pontos considerados estratégicos nos arredores do estádio.
Normalmente 180 homens se encarregam da segurança nos jogos realizados em Campinas.
Duas outras novidades foram implementadas: a PM distribuiu ontem panfletos informativos aos moradores da região do Brinco de Ouro, alertando sobre o funcionamento do trânsito a partir das 11h de hoje, quando as ruas serão interditadas; e o número de ingressos colocados à disposição dos torcedores durante a semana foi reduzido de 38 mil (capacidade do estádio) para 25 mil.
A redução do número de ingressos foi sugerida após quatro reuniões entre o comando da PM e dirigentes dos dois clubes.
A diretoria da Ponte Preta queria 12 mil ingressos para sua torcida e não aceitava a proposta de 6.000 ingressos feita pelo Guarani, dono do estádio e mandante do jogo de hoje. Um acordo foi firmado quando se destinou 10 mil ingressos para a Ponte Preta e 15 mil para o Guarani.
"Vou acompanhar de perto a partida. Se houver problemas, pode ficar ameaçada a realização do próximo encontro entre essas equipes em nossa cidade", disse ontem o promotor de Campinas Rodrigo de Mesquita Pereira.
Todos os ingressos estavam praticamente vendidos até o final da tarde de ontem. Hoje não haverá venda de ingressos.
Para evitar aglomerações de torcedores, a PM fará "bolsões" em um raio de mil metros do Brinco de Ouro, interditando as principais vias de acesso ao estádio. Apenas torcedores com ingresso, moradores e comerciantes da região poderão passar.
Segundo o tenente-coronel da PM Lúcio Ricardo de Oliveira, "a polícia está empenhada em garantir a segurança dos torcedores e dos moradores da região". "Acredito que teremos um grande espetáculo sem conflitos."
Em agosto do ano passado, Ponte Preta e Guarani se enfrentaram no estádio Moisés Lucarelli. Saldo: 58 pessoas feridas, sendo 40 torcedores dos dois times e 18 PMs. Fora do estádio, nove carros foram danificados. A Ponte Preta, dona do estádio, avaliou os prejuízos em R$ 25 mil.
Este ano, em jogo pelo Campeonato Paulista de juniores, houve novo conflito entre torcedores.


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