São Paulo, segunda-feira, 02 de novembro de 2009

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Calor causa queixas e determina ritmo lento

Jogo no interior é marcado por passes curtos e pouca movimentação de atletas

Palmeiras 2
Corinthians 2

DOS ENVIADOS A PRESIDENTE PRUDENTE

Não houve trégua em Presidente Prudente. A temperatura na cidade, na casa dos 36C, castigou Palmeiras e Corinthians, que disputaram o clássico no ritmo que era possível.
Passes curtos, pouca movimentação e a estranha sensação de que ninguém conseguiria correr por mais de cinco minutos seguidos no campo do estádio Eduardo José Farah.
Até a escolha dos uniformes foi influenciada pelo clima. O Palmeiras, mandante, adotou a cor branca, o que obrigou o rival a se vestir todo de preto.
Duas cenas mostram bem o que se passava no gramado.
Enquanto seu time tocava bola no meio-campo, o goleiro Marcos passava protetor solar na cabeça. Depois, na primeira vez que o jogo ficou parado por mais tempo, quase todos os 22 titulares foram buscar copos d'água na lateral do campo.
"Esse calor é um absurdo. O poder econômico manda no futebol, mesmo. Acho um crime botar jogador para jogar às três da tarde", disse o técnico Muricy Ramalho, citando o horário de verão como agravante para o decorrer do jogo.
O treinador palmeirense só se esqueceu de citar que o clássico foi disputado no interior do Estado por culpa das diretorias de ambos os clubes.
Pela terceira vez nesta temporada, os cartolas preferiram buscar os privilégios oferecidos pelo município -custeio de transporte e estadia, mais a renda do jogo- a oferecer boas condições de jogo aos atletas.
Assim, quem foi acompanhar o duelo de ontem viu, por exemplo, o centroavante Ronaldo arrastar-se na maior parte da partida, mesmo que tenha sido o autor de dois gols.
O primeiro tento, por sinal, não demandou esforço fenomenal dele, que cobrou o pênalti sofrido por Jorge Henrique, aos 36min da etapa inicial.
No lance que originou a infração, o goleiro Marcos saiu nos pés do atacante, que recebera passe preciso de Defederico. Punido com o cartão vermelho na jogada, o capitão palmeirense conformou-se.
"Não tenho nada a reclamar. Foi justo", disse Marcos, enquanto se dirigia ao vestiário.
Muricy Ramalho teve de sacrificar Obina, que deu lugar ao arqueiro reserva, Bruno.
Lento, Ronaldo praticamente abdicou de atuar na grande área. Ficou mais recuado, na intermediária do ataque corintiano, como um armador.
Quem corria pelo Fenômeno eram Jorge Henrique e Defederico. O argentino, em sua melhor atuação desde que chegou ao Parque São Jorge, foi o autor da assistência para o segundo tento alvinegro, já aos 20min do tempo final.
Novamente com um passe nas costas da defesa palmeirense, Defederico deixou um companheiro em condições de marcar. Ronaldo tirou Bruno no jogo de corpo e, antes que a bola saísse pela linha de fundo, ele bateu rente à linha do gol para marcar novamente.
Para quem achava que no segundo tempo o calor seria mais ameno, as bolas paradas que definiram o empate palmeirense desmentem essa tese.
Foi graças às duas faltas batidas pelo chileno Figueroa que Danilo e Maurício Santos concluíram em gol que o líder do Brasileiro saiu do sufoco.
O Corinthians, já com Dentinho, Edno e Souza em campo, quase não criou chances.
Balbuena, em chute que acertou o travessão do goleiro Bruno, foi quem mais esteve perto de ampliar o resultado. (PAULO GALDIERI E RENAN CACIOLI)


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