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Calor causa queixas e determina ritmo lento
Jogo no interior é marcado por passes curtos e pouca movimentação de atletas
Palmeiras 2
Corinthians 2
DOS ENVIADOS A PRESIDENTE PRUDENTE
Não houve trégua em Presidente Prudente. A temperatura
na cidade, na casa dos 36C,
castigou Palmeiras e Corinthians, que disputaram o clássico no ritmo que era possível.
Passes curtos, pouca movimentação e a estranha sensação de que ninguém conseguiria correr por mais de cinco minutos seguidos no campo do estádio Eduardo José Farah.
Até a escolha dos uniformes
foi influenciada pelo clima. O
Palmeiras, mandante, adotou a
cor branca, o que obrigou o rival a se vestir todo de preto.
Duas cenas mostram bem o
que se passava no gramado.
Enquanto seu time tocava
bola no meio-campo, o goleiro
Marcos passava protetor solar
na cabeça. Depois, na primeira
vez que o jogo ficou parado por
mais tempo, quase todos os 22
titulares foram buscar copos
d'água na lateral do campo.
"Esse calor é um absurdo. O
poder econômico manda no futebol, mesmo. Acho um crime
botar jogador para jogar às três
da tarde", disse o técnico Muricy Ramalho, citando o horário de verão como agravante
para o decorrer do jogo.
O treinador palmeirense só
se esqueceu de citar que o clássico foi disputado no interior
do Estado por culpa das diretorias de ambos os clubes.
Pela terceira vez nesta temporada, os cartolas preferiram
buscar os privilégios oferecidos
pelo município -custeio de
transporte e estadia, mais a
renda do jogo- a oferecer boas
condições de jogo aos atletas.
Assim, quem foi acompanhar
o duelo de ontem viu, por
exemplo, o centroavante Ronaldo arrastar-se na maior parte da partida, mesmo que tenha
sido o autor de dois gols.
O primeiro tento, por sinal,
não demandou esforço fenomenal dele, que cobrou o pênalti sofrido por Jorge Henrique, aos 36min da etapa inicial.
No lance que originou a infração, o goleiro Marcos saiu
nos pés do atacante, que recebera passe preciso de Defederico. Punido com o cartão vermelho na jogada, o capitão palmeirense conformou-se.
"Não tenho nada a reclamar.
Foi justo", disse Marcos, enquanto se dirigia ao vestiário.
Muricy Ramalho teve de sacrificar Obina, que deu lugar ao
arqueiro reserva, Bruno.
Lento, Ronaldo praticamente abdicou de atuar na grande
área. Ficou mais recuado, na intermediária do ataque corintiano, como um armador.
Quem corria pelo Fenômeno
eram Jorge Henrique e Defederico. O argentino, em sua melhor atuação desde que chegou
ao Parque São Jorge, foi o autor
da assistência para o segundo
tento alvinegro, já aos 20min
do tempo final.
Novamente com um passe
nas costas da defesa palmeirense, Defederico deixou um companheiro em condições de marcar. Ronaldo tirou Bruno no jogo de corpo e, antes que a bola
saísse pela linha de fundo, ele
bateu rente à linha do gol para
marcar novamente.
Para quem achava que no segundo tempo o calor seria mais
ameno, as bolas paradas que
definiram o empate palmeirense desmentem essa tese.
Foi graças às duas faltas batidas pelo chileno Figueroa que
Danilo e Maurício Santos concluíram em gol que o líder do
Brasileiro saiu do sufoco.
O Corinthians, já com Dentinho, Edno e Souza em campo,
quase não criou chances.
Balbuena, em chute que
acertou o travessão do goleiro
Bruno, foi quem mais esteve
perto de ampliar o resultado.
(PAULO GALDIERI E RENAN CACIOLI)
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