São Paulo, terça-feira, 02 de novembro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Holandesa desafia a maternidade

VÔLEI
Levantadora Kim Staelens joga Mundial só 45 dias após parto

Kazuhiro Nogi/France Presse
Kim Staelens, da Holanda, é marcada por Jaqueline, anteontem

MARIANA BASTOS
DE SÃO PAULO

A paixão pelo vôlei levou Kim Staelens, 28, a desafiar seu corpo para atuar no Mundial. Somente dez dias após dar à luz Lynn, a levantadora belga naturalizada holandesa já fazia atividades aeróbicas para tentar recuperar a forma a tempo de representar seu país no torneio do Japão.
"Meu médico me permitiu correr dez dias após o parto e eu tinha força para fazer ainda mais. Juntei-me às minhas colegas de seleção nos treinos e vi o quão feliz ficou meu técnico Avital Selinger ao me ver retornando tão rápido. Isso me motivou", diz a atleta, cujo parto, normal, foi em 14 de setembro, um mês e meio antes do Mundial.
Para atingir a meta, Staelens diz que foi submetida a um programa de treinamentos que lhe permitiu não ter grande perda de forma física na gestação e após o parto.
A levantadora manteve-se treinando até uma semana antes de seu parto, mesmo com a barriga proeminente.
No Japão, a jogadora, que levou junto seu bebê, teve o processo de retorno acelerado. Nas duas primeiras partidas da Holanda, Staelens entrava em quadra no decorrer do confronto. Na derrota para o Brasil, ela já fora alçada à condição de titular.
Durante os jogos, sua mãe, que também está no Japão, é a responsável por tomar conta do bebê de um mês e meio.
"Usei as instruções do meu obstetra e do fisioterapeuta da minha equipe para cuidar do meu bebê", diz Staelens, que se tornou alvo de críticas na Holanda por ter retornado às atividades tão rápido.
"Por um lado, entendo as críticas quanto ao meu corpo, mas, por outro, não. As pessoas que me criticam por isso não me conhecem, não conhecem meu corpo e não sabem tudo o que eu fiz antes de dar à luz para manter meu corpo em boa forma", diz.
A rápida recuperação de Staelens é, de fato, notável. No Brasil, a ponteira Paula Pequeno viveu experiência similar antes do Mundial de 2006, mas demorou quase cinco meses para entrar em forma. A atleta deu à luz Mel em 8 de junho e disputou o torneio em 31 de outubro. Mesmo assim, ficou a maior parte do Mundial no banco.
Entre os especialistas, não há consenso quanto ao tempo certo para a atleta voltar às atividades. Em geral, recomendam que o retorno, ocorra, no mínimo, após 20 dias.


Texto Anterior: Los Gringos - John Carlin: Não pisoteie sonhos
Próximo Texto: Jaqueline passa mal e não vai a treino
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.