São Paulo, quinta-feira, 02 de dezembro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Bullying

Com segurança reforçada e censura a torcedores, LeBron James volta a Cleveland pela 1ª vez desde que foi para o Miami e provocou a ira dos fãs

Larry W. Smith/Efe
LeBron em jogo contra o Dallas, no último sábado

DANIEL BRITO
DE SÃO PAULO

LeBron James, o jogador que a torcida da cidade de Cleveland ama odiar, volta pela primeira vez ao epicentro do rancor contra ele.
Hoje, às 23h, o Cleveland Cavaliers, time que LeBron defendeu por sete temporadas, recebe o Miami Heat, que tem o ala, mais badalado astro da NBA, como trunfo.
A direção do time da casa pediu reforço na segurança do ginásio, escalará policiais à paisana para se infiltrar em meio aos torcedores mais exaltados e não vai permitir cartazes ou apetrechos com ofensas diretas a LeBron.
Os jornais da cidade publicam reportagens e artigos sobre qual seria a melhor reação. Prevendo atitudes drásticas que deponham contra os fãs locais, o "Cleveland Leader" sugere que o ala seja punido com o silêncio.
"Converso com todos os jogadores de Cleveland. Falei com Andy [Anderson Varejão], o pai dele esteve doente", afirmou LeBron.
O veterano pivô Shaquille O'Neal, atualmente no Boston Celtics, disse que está ansioso para ver o reencontro de LeBron com os ex-fãs.
O ex-pivô Charles Barkley também. "Espero que nada de ruim aconteça a ele [LeBron], mas eu não ficaria ao lado dele na quadra", ironizou o campeão olímpico.
A forma como o jogador deixou a franquia de Ohio após perder a semifinal da Conferência Leste da temporada passada para o Boston é o motivo de tanta tensão.
Ao final do último campeonato, LeBron se tornou "free agent", a expressão em inglês indica que o atleta está sem vínculo com qualquer time e livre para negociar.
O Cleveland ofereceu novo contrato de seis anos e US$ 120 milhões (cerca de R$ 205 milhões). LeBron o recusou.
Manteve seu futuro em suspense até anunciar, em programa ao vivo na ESPN, que levaria seu "talento para South Beach [Miami]".
Na Flórida, receberá US$ 99 milhões (R$ 170 milhões) por cinco anos de trabalho.
LeBron aceitou ganhar menos para jogar ao lado dos amigos Dwyane Wade, armador, e Chris Bosh, ala-pivô, astros da seleção dos EUA. E, teoricamente, ter mais chances de ser campeão.
Imediatamente após o anúncio, tornou-se persona non grata no Estado de Ohio, onde se localiza Cleveland e Akron, sua cidade natal.
Torcedores enfurecidos foram às ruas queimar camisetas com o número 23 e o nome LeBron nas costas. Painéis e anúncios com a estrela solitária do Cleveland Cavaliers foram desmontados.
Sem o "talento" do ala, a franquia de Ohio voltou a ser um time medíocre que dificilmente avançará nos playoffs da liga de basquete dos EUA com a mesma frequência.
Atualmente, está em oitavo na Conferência Leste, com dez derrotas em 17 jogos.
A saída de LeBron do Cleveland foi classificada como desrespeitosa e oportunista. Aonde quer que fosse, ele era vaiado. Até num casamento.
Apesar de ter ido jogar ao lado dos companheiros do "Redeem Team", nome dado à seleção dos EUA campeã olímpica em Pequim-2008, LeBron não tem mostrado bom desempenho. E seu time não decolou como favorito.
Até ontem, quando enfrentaria o Detroit, o Miami tinha dez vitórias em 18 jogos. Já o ala ostenta os piores números da sua carreira em quase todos os fundamentos. E viu seus erros crescerem, como se fosse um novato.

Com as agências de notícias


Texto Anterior: Futebol - Rodrigo Bueno: Um 5 a 0 para ser lembrado por mil anos
Próximo Texto: Frase
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.