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"Livre", Williams muda e barganha para voltar à elite
Equipe, única independente no grid, usará novo motor no Mundial de F-1, mas pede desconto para ter propulsores
Nico Rosberg, que pilotará o FW29, pede cautela e afirma que carro precisa provar que é mais confiável antes de o time fazer discurso otimista
TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A GROVE
O corredor que leva à Sala
Ayrton Senna, local escolhido
para a apresentação do novo
Williams, não deixa dúvidas: a
vitória está no DNA da equipe.
Entre as fotos nas paredes estão campeões mundiais como
Alan Jones, Keke Rosberg, Nelson Piquet, Alain Prost, Nigel
Mansell e Damon Hill.
Mas é a de Jacques Villeneuve, último a vencer um Mundial
pelo time, que dá a noção do
que a Williams é hoje, nove
anos depois daquela conquista.
Um time pequeno, que luta para sobreviver na F-1 atual.
A principal causa da decadência talvez seja o que, aos
olhos de seu idealizador, Frank
Williams, é sua principal virtude: ser uma das únicas equipes
independentes ainda no grid.
"Somos donos de nosso destino", diz ele no livreto distribuído à imprensa no lançamento do FW29 em Grove (ING).
Mas essa liberdade tem custado. Além do jejum de nove
anos, a Williams não vence um
GP desde 2004, com Juan Pablo Montoya, no Brasil. A última pole foi de Nick Heidfeld,
no GP da Europa, em 2005.
Em 2006, ficou em oitavo no
Mundial de Construtores, sua
pior posição desde 1983.
"Depois de uma temporada
terrível, você pára, pensa e volta querendo lutar", disse Patrick Head, diretor da Williams.
Nico Rosberg, filho do campeão mundial de 1982, Keke,
vai além. "Não podemos sair
prometendo resultados. Temos
que ser mais cuidadosos e conseguir chegar à zona de pontos.
Só aí é hora de mudar o discurso para um tom mais otimista."
Segundo Sam Michael, diretor técnico do time, o carro precisa ser mais resistente. "Um time de ponta pode ter problemas de confiabilidade uma ou
duas vezes no ano, não dez ou 11
como ocorreu conosco", disse.
A principal novidade do time
é o motor, agora fornecido pela
Toyota. Para contar com propulsores, porém, o time, em
grave crise financeira, teve de
barganhar. Aceitou o japonês
Kazuki Nakajima, filho do ex-piloto Satoru, como piloto de
testes. Em troca, teve desconto.
O FW29 também terá "chaminés" nas laterais para o resfriamento do motor e a distribuição do peso. "Nossa missão
é recolocar a Williams onde ela
deveria estar", finalizou o colega de equipe de Nico Rosberg, o
austríaco Alexander Wurz.
A jornalista TATIANA CUNHA viaja a convite
da Petrobras
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