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Copa da África faz de seus goleiros "patinhos feios"
Disputa é recheada de estrelas "européias" na linha, mas expõe a carência de arqueiros de alto nível no continente
Na abertura do mata-mata, Costa do Marfim usa camisa 1 "Incerto" contra arqueiro sem clube; Gana e Nigéria têm goleiros "de segunda"
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
Se todo grande time começa
por um grande goleiro, é difícil
dizer que as melhores seleções
africanas têm um grande time.
Dentre as oito melhores seleções da Copa da África, disputa
que dá início hoje ao seu mata-mata com dois jogos, só um goleiro alcançou de fato projeção
internacional (e não chegou a
um clube de ponta na Europa).
O duelo entre a badalada
Costa do Marfim e a sensação
Guiné exemplifica bem a dificuldade da África em revelar
bons arqueiros. Os marfinenses possuem jogadores de alto
nível em todos os setores, mas
seu goleiro, Boubacar Barry,
ganhou até o apelido de ""Incerto" por suas falhas na seleção
favorita ao título continental.
Barry atua no Lokeren, que
não está entre os dez primeiros
na liga belga, campeonato periférico. Alguns de seus companheiros são astros, como Drogba (Chelsea), Kolo Touré (Arsenal) e Yaya Touré (Barcelona).
Do outro lado do campo na
partida de hoje em Sekondi estará um goleiro ainda menos
qualificado: Kémoko Camara.
O arqueiro da Guiné, seleção
que superou Marrocos no Grupo A, está sem clube no momento. Sua última equipe foi o
Amazulu, da África do Sul. Em
dezembro, teria despertado interesse no Morton, um dos piores times da segunda divisão da
Escócia, mas nada foi definido.
Austine Ejide, o goleiro da
tradicional Nigéria, atua em time de segunda divisão. Joga no
Bastia, que fez campanha regular na ""Série B francesa". Ejide
enfrentará hoje Gana, que tem
no arco um reserva do Birmingham -Kingson atuou só uma
vez na temporada, e seu clube
está muito ameaçado de rebaixamento na Premier League.
Três dos outros goleiros titulares de seleções africanas que
estão nas quartas-de-final
atuam no próprio continente.
Luis Mamona João, conhecido como Lamá, é o guarda-redes de Angola. Com 1,82 m e 81
kg no seu auge, a Copa-2006
(ficou na reserva), ele defende o
Petro de Luanda em seu país,
que criou fama na África de ter
boa defesa -nesta Copa da
África levou dois gols, apenas
um a mais que as fortes Costa
do Marfim, Gana e Nigéria.
Outro arqueiro que atua em
seu próprio país é Kasraoui, o
camisa 1 da Tunísia. Ele é atleta
do Espérance, mas a esperança
dos tunisianos está no ataque.
O time, que conta com o brasileiro naturalizado Francileudo
dos Santos, marcou cinco gols
nos dois primeiros jogos -não
anotou no terceiro muito porque o 0 a 0 classificava a equipe.
El Hadary, 35, é o goleiro africano mais em alta na atualidade. Ele defende o Al Ahly e é um
líder da seleção que defende o
título africano. No Egito (nunca jogou fora), ele é capitão e foi
importante na conquista da
Copa da África em casa em
2006 -pegou pênaltis de Drogba e Koné. Sua especialidade é
mesmo penalidades máximas.
Porém a melhor escola de goleiros da África, ou pelo menos
a que mais fez nomes de peso
fora do continente, ainda é Camarões. Kameni brilhou com o
país na Olimpíada-2000, quando, aos 16 anos, ganhou a medalha de ouro. Quase dois Jogos
depois, ele ainda tenta se aproximar em status de ídolos passados, como Nkono e Songo'o.
Kameni está na sua quarta
temporada no Espanyol, clube
intermediário na Europa. Tem
grande reflexo e faz defesas impressionantes, mas não raramente falha em saídas do gol.
Um orgulho para os goleiros
africanos: Buffon, italiano que é
tido como melhor arqueiro do
mundo, deu ao filho o nome de
Thomas, homenagem a Nkono.
NA TV - Gana x Nigéria
ESPN Brasil, ao vivo, às 15h
NA TV - Costa do Marfim x Guiné
ESPN, ao vivo, às 18h30
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