São Paulo, domingo, 03 de fevereiro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

JUCA KFOURI

Pequenas notas carnavalescas


Sob o reinado de Momo, esta coluna, mais uma vez, fica com a sensação de que os palhaços somos nós

NADA CONTRA o cartão corporativo. Muito menos contra a tapioca. Ambos são coisas nossas, muito nossas.
Além do mais, o cartão facilita a vida dos executivos e diminui sensivelmente a burocracia. Claro que desde que usado com moderação, a exemplo até mesmo da tapioca, que, em excesso, também pode dar indigestão, principalmente se frita.
E, cá entre nós, um gasto de R$ 8,30 não compromete ninguém, diferentemente do que se gastou para o Pan-2007 e algo ainda não digerido e explicado pelo Tribunal de Contas da União, o que deixa muita gente aflita. Porque dinheiro público não é mandioca, como cachaça não é água, não.

Carapuça indevida
Diretor de planejamento do Palmeiras, colunista desta Folha, professor e um dos mais brilhantes economistas do país, além de amigo pessoal, há anos, deste colunista, Luiz Gonzaga Belluzzo ficou ofendido por ter lido aqui que a direção de seu clube foi pega na mentira em relação aos valores do contrato com a montadora Fiat.
Não ficou claro que a constatação não o envolvia, uma generalização indevida, talvez motivada pelo silêncio de alguma forma cúmplice da direção, pois os valores informados pelo diretor de marketing do Palmeiras, Rogério Dezembro, davam ao alviverde o melhor contrato de patrocínio do futebol brasileiro.
Faria bem a Dezembro, mesmo no Carnaval, se explicasse que o engano foi dele, ao dizer ao "Lance!" que o contrato era de R$ 19 milhões, e não de R$ 8,5 milhões (bem mais que o gasto com tapioca), além de um amistoso contra a Juventus, e por um ano, e não por três, como também informou, mas agora ele nega. Ficaria tudo entendido, e o caro professor Belluzzo, menos indignado, porque a paixão pelo futebol faz isso, tira do sério até gente ponderada como ele.

Transparência devida
O presidente do Corinthians, Andres Sanchez, anuncia que publicará todas as transações do clube no sítio do clube. Não é a primeira vez que faz tal promessa ou diz que detonará toda a podridão do futebol, negociações com a TV incluídas, como já prometeu a este colunista.
É ver para crer, e há quem no Parque São Jorge garanta que a melhor maneira de começar será pela explicação da situação de Coelho, assim como sobre quem está financiando as recentes aquisições alvinegras. Desconfia-se de que possa ser o jogo do bicho, algo certamente incompatível com o Corinthians mesmo depois do furacão MSI e, principalmente, com a tal transparência. Embora, sem dúvida, a contravenção zoológica tenha mais a ver conosco do que a máfia russa, assim como o Carnaval.

Quarta de Cinzas
Seria formidável se Dunga rasgasse a fantasia e escalasse só os olímpicos no amistoso de quarta da seleção, já que não pôde usá-los como seria conveniente na Copa América. Mas é improvável, pois os patrocinadores do evento hão de exigir que, pelo menos no primeiro tempo, jogue o time principal.

blogdojuca@uol.com.br


Texto Anterior: Urgência: Clube negocia com latinos
Próximo Texto: Aposentadoria: Romário diz que deixa gramados no mês que vem
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.