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Phelps leva "pito", mas é perdoado por usar maconha
Desculpas do atleta são elogiadas pelos comitês olímpicos internacional e dos EUA e por principais patrocinadores
Entidades também afirmam
reprovar comportamento e
esperam arrependimento;
fumar a droga fora de
competição não é doping
ANDREA MURTA
DE NOVA YORK
Oito medalhas de ouro olímpicas nos Jogos de Pequim-2008, além de dinheiro e fama
mundiais, rendem também
certa margem de manobra em
termos de comportamento.
O nadador norte-americano
Michael Phelps manteve a confiança dos patrocinadores e foi
publicamente desculpado pelos comitês olímpicos internacional e dos EUA após um tabloide inglês ter divulgado anteontem foto com o campeão
fumando maconha em uma festa em novembro.
A maconha é uma droga ilegal nos EUA, mas Phelps, 23,
não rompeu regras da Agência
Mundial Antidoping. O uso da
substância é considerado infração só quando o atleta é flagrado em testes durante competições. Pelas regras da entidade,
aliás, competidores não podem
nem ser testados para a droga
quando estiverem de folga.
Phelps não deverá ser suspenso ou punido pelo ato, pelo
qual pediu desculpas no dia da
publicação da foto.
Ainda assim, o nadador poderia ter sido duramente criticado ou perdido patrocinadores, especialmente por ter sido
escolhido pelo governo dos
EUA no ano passado para estrelar campanha antidrogas.
Mas nada disso ocorreu.
A fabricante de materiais esportivos Speedo, que deu ao nadador US$ 1 milhão apenas em
bônus pelo recorde de oito ouros conquistados em Pequim,
afirmou que "não apoia o comportamento [fumar maconha],
mas sabe que Michael se arrepende sinceramente".
"Michael Phelps é um membro valioso da equipe da Speedo
e um grande campeão. Faremos todo o possível para apoia-lo e a sua família."
O nadador é o principal garoto-propaganda dos maiôs
"high-tech" da marca, que vestiram a grande maioria dos recordistas mundiais em 2008.
Outro patrocinador, a marca
de relógios Omega, disse estar
"fortemente comprometida"
em sua relação com Phelps".
Afirmou também que suas vitórias nos Jogos Olímpicos estão
"entre os feitos esportivos que
definem a história do esporte".
"No que se refere à Omega, a
história atual na imprensa sobre Michael Phelps não é um
assunto [importante]."
O atleta acumula também
patrocínios das marcas Mazda,
Visa, Subway, AT&T e diversas
outras, que, em geral, incluem
cláusulas de bom comportamento nos contratos.
Para especialistas em marketing, além do nível de fama, foram as desculpas rápidas de
Phelps que minimizaram o
efeito do episódio em sua imagem pública.
Exemplo
A foto em que o nadador fuma maconha em uma espécie
de cachimbo de vidro foi publicada no tabloide "The News of
the World" e foi tirada em uma
festa particular quando Phelps
visitava a Universidade da Carolina do Sul (EUA), menos de
três meses após os Jogos de Pequim -o atleta só voltou a treinar no mês passado.
O Comitê Olímpico Internacional expressou confiança em
que Phelps "aprenderá com seu
erro" e continuará a ser um
exemplo no futuro.
"Michael Phelps é um grande
campeão olímpico. Ele se desculpou pelo comportamento
inapropriado", afirmou uma
porta-voz da entidade ontem.
A Federação de Natação dos
EUA seguiu o exemplo do COI.
"Obviamente estamos decepcionados (...), mas aceitamos
que ninguém é perfeito."
Phelps nunca foi flagrado em
um exame antidoping durante
toda sua carreira. Ele foi um
dos vários atletas norte-americanos que se voluntariaram a
participar de um programa de
testes adicionais para provar
que não usa substâncias que
melhoram sua performance.
O flagra com maconha não
foi o primeiro episódio envolvendo Phelps e o uso de drogas
sociais : em novembro de 2004,
o nadador foi detido por dirigir
alcoolizado em Maryland e foi
condenado a 18 meses de prestação de serviços.
A Agência Antidoping dos
EUA afirmou que irá "avaliar se
ele continuará no programa"
de testes adicionais.
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