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Tribunal "frouxo" definirá punição a Luxemburgo
Histórico do tapetão de São Paulo mostra que treinador do Palmeiras tem boa chance de levar pena leve, ou nenhuma
Dos cinco técnicos julgados até agora neste ano, dois foram absolvidos, outros dois, multados, e apenas
um amargou suspensão
EDUARDO OHATA
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Pela letra da lei, Vanderlei
Luxemburgo pode pegar até
um ano de suspensão hoje no
TJD. Mas, pelo histórico do tribunal paulista, especialmente
nesta temporada, o treinador
palmeirense tem ótimas chances de receber uma pena branda ou até de ser absolvido.
Agredir o adversário ou xingar pesado um juiz não é problema grave em São Paulo.
Nas quatro sessões de primeira instância realizadas no
ano, 83 atletas, das três divisões
principais, foram suspensos.
Só que 60 receberam apenas
uma partida de pena. Ou seja:
nada, já que cumpriram essa
partida na suspensão automática causada pela expulsão. A
pena máxima aplicada pelo
TJD foi de apenas quatro jogos.
Cinco treinadores já foram
julgados na temporada. Dois
foram absolvidos, dois multados e apenas um suspenso.
No STJD, o tribunal que cuida das competições nacionais,
o rigor apresentado é maior.
O Brasileiro do ano passado
mostra dois exemplos. Finazzi,
do Corinthians, fez com as
mãos gesto que significava que
seu time estava sendo roubado.
O árbitro não viu nada e não
relatou o caso na súmula. Porém, por meio das imagens da
TV, o STJD puniu o atacante
com um jogo de suspensão, o
que o tirou do jogo decisivo
contra o Grêmio, que decretou
o rebaixamento da sua equipe.
Finazzi foi indiciado no artigo que trata das reclamações,
por gestos ou palavras, contra
as decisões do juiz ou desrespeitar o árbitro e seus auxiliares. Neste Paulista, o santista
Rodrigo Tabata foi ao TJD por
causa do mesmo artigo.
Ele foi expulso no clássico
contra o São Paulo. O juiz relatou na súmula que ouviu o
meia-atacante, entre outros
xingamentos, chamá-lo de "filho da puta". Recebeu um só jogo de pena, que já cumprira.
"Tem que mudar o conceito
de ofensa moral. [Os xingamentos] não têm mais o peso
do passado, passaram a integrar o linguajar do brasileiro.
Quando alguém diz "aquele filho da puta", não tem conotação
de ofensa. [Para ter uma punição forte] tem que ter a intenção de ofender", diz Antonio
Carlos Meccia, procurador do
TJD paulista, cargo responsável pela acusação aos jogadores.
O tribunal estadual também
tratou agressões de atletas famosos de forma bem diferente.
O são-paulino Adriano recebeu dois jogos por ter desferido
uma cabeçada no santista Domingos. No Brasileiro de 2007,
Valdivia, do Palmeiras, deu um
soco em adversário do Vasco e
foi punido com cinco partidas.
"Cada cabeça, uma sentença.
Talvez não daria cinco jogos
[no caso do Valdívia]. Tem que
ter comprovação de dolo", diz o
procurador Meccia, que considera o código disciplinar rigoroso demais. "As penas são bastante pesadas e não condizem
com a arte do futebol. O futebol
é um esporte, não uma guerra."
""Em 2007 vimos mais casos
de desordem, agressão, simulações e doping, o que já deveria
servir como um sinal de alerta",
discorda Paulo Schmitt, 41,
procurador-geral do STJD.
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