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JUCA KFOURI
Valdivia faz história
O dérbi terminou ontem em castelhano, graças ao chileno que inferniza até defesas seguras e ainda faz gols
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O CABELUDO que nasceu na Venezuela e optou por ser chileno e tem Toro no sobrenome
foi o nome do clássico no Morumbi.
Animal, no bom sentido.
Morumbi com quase 50 mil torcedores, mil para cada falta que aconteceu num jogo brigadíssimo, batalhado palmo a palmo, mas leal, tirante uma ou outra entrada mais
brusca de cada lado.
Não fosse de Jorge Luis Valdivia
Toro, o nome do jogo teria sido do
goleiro corintiano Julio César, com
defesas decisivas, diferente do conforto vivido por São Marcos.
Ou poderia ser do árbitro, para variar, porque o Palmeiras não só teve
um impedimento mal marcado em
lance que Valdivia acabaria na cara
do gol como teve, ainda, um pênalti
no próprio chileno cometido por
Diogo Rincón que não foi assinalado, tudo no primeiro tempo.
Valdivia que fez o gol da vitória no
segundo, ao chegar mais rapidamente que Carlão no rebote do chute cruzado de Kléber, depois que este recebeu de Diego Souza uma bola
roubada de Lulinha, na saída de jogo
alvinegra.
Lulinha, aliás, merece um capítulo, porque não só ensejou o gol alviverde como, por fominha, não passou, no fim da primeira etapa, uma
bola preciosa para André Santos
provavelmente fazer 1 a 0.
Mas o jogo foi Valdivia.
Que é capaz de deixar irritada até
uma defesa tão segura e bem composta como a montada por Mano
Menezes e é capaz de se assumir como chorão, como reclamão, como
cai-cai, mas um chorão, reclamão e
cai-cai que resolve, não se limita às
firulas e, registre-se, tem sido sim vítima de deslealdades que deveriam
ser coibidas por arbitragens decentes e de caráter, algo raro.
Graças a Valdivia o Palmeiras vive
no Campeonato Paulista.
Graças a Valdivia o futebol vive.
Graças a Valdivia o futebol ainda
tem graça.
Luz amarela
O São Paulo precisa parar para
pensar se não deu um passo maior
que as pernas ao trazer para casa
personagens como Adriano e Carlos Alberto ao mesmo tempo.
Porque pior do que não recuperá-los pode ser o efeito dentro de
um elenco não acostumado com
crises desse tipo. E se o efeito no
Campeonato Paulista é o de menos,
na Libertadores pode ser fatal.
Porque, se os dois vão embora depois da Libertadores, os demais ficarão e talvez não suportem segurar o rojão que a direção tricolor
não soube medir ao aceitá-los.
Pobre hino
Será que há na Assembléia Legislativa de São Paulo algum deputado
suficientemente antenado para
propor, se não a revogação, pelo
menos uma modificação na tal lei
que exige a execução do Hino Nacional antes de qualquer evento esportivo? Algo que limite a obrigatoriedade à abertura e ao encerramento dos torneios, por exemplo.
Porque a banalização do hino
tem causado não só o absoluto desinteresse do torcedor em acompanhá-lo como, ainda por cima, acontecem coisas como aconteceram
ontem no Morumbi, quando a execução da segunda parte não foi respeitada nem pelos atletas nem pelos árbitros. Uma lástima.
blogdojuca@uol.com.br
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