São Paulo, segunda-feira, 03 de março de 2008

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JUCA KFOURI

Valdivia faz história


O dérbi terminou ontem em castelhano, graças ao chileno que inferniza até defesas seguras e ainda faz gols

O CABELUDO que nasceu na Venezuela e optou por ser chileno e tem Toro no sobrenome foi o nome do clássico no Morumbi. Animal, no bom sentido.
Morumbi com quase 50 mil torcedores, mil para cada falta que aconteceu num jogo brigadíssimo, batalhado palmo a palmo, mas leal, tirante uma ou outra entrada mais brusca de cada lado.
Não fosse de Jorge Luis Valdivia Toro, o nome do jogo teria sido do goleiro corintiano Julio César, com defesas decisivas, diferente do conforto vivido por São Marcos.
Ou poderia ser do árbitro, para variar, porque o Palmeiras não só teve um impedimento mal marcado em lance que Valdivia acabaria na cara do gol como teve, ainda, um pênalti no próprio chileno cometido por Diogo Rincón que não foi assinalado, tudo no primeiro tempo.
Valdivia que fez o gol da vitória no segundo, ao chegar mais rapidamente que Carlão no rebote do chute cruzado de Kléber, depois que este recebeu de Diego Souza uma bola roubada de Lulinha, na saída de jogo alvinegra.
Lulinha, aliás, merece um capítulo, porque não só ensejou o gol alviverde como, por fominha, não passou, no fim da primeira etapa, uma bola preciosa para André Santos provavelmente fazer 1 a 0.
Mas o jogo foi Valdivia.
Que é capaz de deixar irritada até uma defesa tão segura e bem composta como a montada por Mano Menezes e é capaz de se assumir como chorão, como reclamão, como cai-cai, mas um chorão, reclamão e cai-cai que resolve, não se limita às firulas e, registre-se, tem sido sim vítima de deslealdades que deveriam ser coibidas por arbitragens decentes e de caráter, algo raro.
Graças a Valdivia o Palmeiras vive no Campeonato Paulista.
Graças a Valdivia o futebol vive.
Graças a Valdivia o futebol ainda tem graça.

Luz amarela
O São Paulo precisa parar para pensar se não deu um passo maior que as pernas ao trazer para casa personagens como Adriano e Carlos Alberto ao mesmo tempo.
Porque pior do que não recuperá-los pode ser o efeito dentro de um elenco não acostumado com crises desse tipo. E se o efeito no Campeonato Paulista é o de menos, na Libertadores pode ser fatal.
Porque, se os dois vão embora depois da Libertadores, os demais ficarão e talvez não suportem segurar o rojão que a direção tricolor não soube medir ao aceitá-los.

Pobre hino
Será que há na Assembléia Legislativa de São Paulo algum deputado suficientemente antenado para propor, se não a revogação, pelo menos uma modificação na tal lei que exige a execução do Hino Nacional antes de qualquer evento esportivo? Algo que limite a obrigatoriedade à abertura e ao encerramento dos torneios, por exemplo.
Porque a banalização do hino tem causado não só o absoluto desinteresse do torcedor em acompanhá-lo como, ainda por cima, acontecem coisas como aconteceram ontem no Morumbi, quando a execução da segunda parte não foi respeitada nem pelos atletas nem pelos árbitros. Uma lástima.

blogdojuca@uol.com.br


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