ADALBERTO LEISTER FILHO
LUÍS FERRARI
DA REPORTAGEM LOCAL

A Confederação Brasileira de Judô não terá critérios preestabelecidos para convocar os judocas para os principais eventos no exterior. A partir deste ano, a lista de atletas será definida pela comissão técnica.
"Será como futebol. Vamos chamar os que, na avaliação dos técnicos, estiverem em melhores condições", diz Ney Wilson, coordenador técnico da CBJ.
Segundo ele, essa foi a estratégia adotada para confeccionar a lista que irá ao Pan da Argentina, nos dias 28 e 29. "Chamamos a base da Olimpíada."
Mas, do grupo relacionado, ficaram fora judocas importantes da campanha em Pequim, como Ketleyn Quadros, que levou bronze nos Jogos, a primeira e única medalha do judô feminino brasileiro. "Ela já fez outras competições e não está em bom momento. Por isso, vai a Danielle Zangrando", diz ele.
Edinanci Silva, titular nas quatro últimas Olimpíadas, também perdeu lugar -para Deborah Souza. Maria Portela ganhou vaga pela lesão de Mayra Aguiar. No masculino, Felipe Kitadai (60 kg) e Flávio Canto (81 kg) ficaram com as vagas de Alexandre Lee e Tiago Camilo, que subiram de categoria.
A partir deste ciclo olímpico, a Federação Internacional de Judô estabeleceu que as vagas serão dos atletas a partir do ranking mundial -até Pequim, a classificação era do país.
E, para acumular pontos, criou intrincado calendário de eventos com diversos níveis de pontuação, dividido em 4 Grand Slams, 5 GPs e 23 Copas do Mundo, além de Mundial e campeonatos continentais.
Por causa disso, Wilson diz que a CBJ teve que promover mudança de planejamento para o próximo ciclo olímpico.
"Está todo mundo revendo orçamento. Encareceu muito. Temos que mandar os atletas para mais eventos no exterior."
Para ele, não dá para fazer uma distribuição igualitária de torneios entre os atletas selecionados em cada categoria.
"Podemos ser totalmente democráticos. Mas vai acontecer que, depois de quatro anos, ninguém vai ter se classificado para Londres-2012", diz Wilson.
"Nosso plano já foi conversado em reunião com os atletas."
O problema é que os judocas ficam sabendo depois dos jornalistas que seus nomes estão fora das convocações. Tiago Camilo e Daniel Hernandes foram avisados pela Folha ontem que não iriam ao Pan. E já há atletas, reservadamente, reclamando da falta de critérios.


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