São Paulo, terça-feira, 03 de março de 2009

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Promotoria do Brasil já investiga Castro Neves

Ministério Público quer saber se piloto cometeu crime de evasão de divisas

Promotora foi enviada aos EUA para acompanhar o julgamento que teve início ontem e ajudar na apuração do caso também no Brasil

DA REPORTAGEM LOCAL

O Ministério Público Federal em São Paulo abriu uma investigação para apurar se Hélio Castro Neves cometeu crime de evasão de divisas no Brasil.
O piloto da Indy começou a ser julgado ontem, nos EUA, por conspiração para fraudar impostos federais e sonegação de impostos entre 1999 e 2004 no valor de US$ 5,5 milhões.
O Ministério Público Federal, que possui um acordo de cooperação com o governo norte-americano no caso, pode aproveitar alguns dados do julgamento para a apuração que está sendo feita no Brasil.
Justamente por isso o procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, indicou a procuradora Anamara Osório para acompanhar o julgamento do piloto brasileiro em Miami. Ela já está nos EUA, onde deve ficar até o final desta semana.
Castro Neves, 33, mudou-se para a Flórida em 1996, quando entrou na Indy Lights, categoria de acesso da Indy. Mas continuou a ter negócios no Brasil, já que seus pais vivem no país.
Essa, aliás, é uma das estratégias que o piloto pode usar para se livrar da condenação. Seu advogado, David Garvin, que ontem o acompanhou à corte federal em Miami, deve alegar que a empresa offshore que recebia seus salários no Panamá pertencia a seu pai, residente brasileiro, que, portanto, não poderia ser punido nos EUA.
Além do advogado, Castro Neves chegou ontem ao tribunal acompanhado da irmã e empresária, Katiucia, que é acusada dos mesmos crimes. Vestindo roupas escuras, ambos estavam bem sorridentes.
Além dos irmãos, Alan Miller, advogado do piloto à época, também está sendo julgado.
Ontem, o dia foi dedicado à escolha do júri -cinco homens e sete mulheres, além de cinco suplentes. Essa, por sinal, seria a única parte do processo vetada ao público. Agora, qualquer pessoa pode ir à corte federal de Miami para assistir às sessões.
Durante os questionamentos aos possíveis jurados, vários disseram conhecer o brasileiro do "Dançando com as Estrelas", programa que ele ganhou em 2007. Uma mulher afirmou que o via todas as semanas. Outro candidato votou 12 vezes para ele vencer. Nenhum deles foi escolhido. Poucos conheciam Castro Neves como piloto.
Estima-se que o julgamento dure entre quatro e seis semanas. Nos próximos dias, algumas testemunhas devem ser chamadas a depor diante do juiz do caso, Donald Graham.
Entre os que devem ser chamados pela defesa do brasileiro estão os pilotos Tony Kanaan e Juan Pablo Montoya, além de Roger Penske, dono da equipe pela qual o brasileiro venceu duas 500 Milhas de Indianápolis e foi vice da Indy em 2008.
Se for condenado por todos os crimes dos quais é acusado, o piloto pode pegar até 35 anos de prisão. No início do ano, em pré-audiência, ele pagou US$ 10 milhões para responder o processo em liberdade.


Com agências internacionais


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