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Promotoria do Brasil já investiga Castro Neves
Ministério Público quer saber se piloto cometeu crime de evasão de divisas
Promotora foi enviada aos EUA para acompanhar o julgamento que teve início ontem e ajudar na apuração do caso também no Brasil
DA REPORTAGEM LOCAL
O Ministério Público Federal
em São Paulo abriu uma investigação para apurar se Hélio
Castro Neves cometeu crime
de evasão de divisas no Brasil.
O piloto da Indy começou a
ser julgado ontem, nos EUA,
por conspiração para fraudar
impostos federais e sonegação
de impostos entre 1999 e 2004
no valor de US$ 5,5 milhões.
O Ministério Público Federal, que possui um acordo de
cooperação com o governo norte-americano no caso, pode
aproveitar alguns dados do julgamento para a apuração que
está sendo feita no Brasil.
Justamente por isso o procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, indicou
a procuradora Anamara Osório
para acompanhar o julgamento
do piloto brasileiro em Miami.
Ela já está nos EUA, onde deve
ficar até o final desta semana.
Castro Neves, 33, mudou-se
para a Flórida em 1996, quando
entrou na Indy Lights, categoria de acesso da Indy. Mas continuou a ter negócios no Brasil,
já que seus pais vivem no país.
Essa, aliás, é uma das estratégias que o piloto pode usar para
se livrar da condenação. Seu
advogado, David Garvin, que
ontem o acompanhou à corte
federal em Miami, deve alegar
que a empresa offshore que recebia seus salários no Panamá
pertencia a seu pai, residente
brasileiro, que, portanto, não
poderia ser punido nos EUA.
Além do advogado, Castro
Neves chegou ontem ao tribunal acompanhado da irmã e
empresária, Katiucia, que é
acusada dos mesmos crimes.
Vestindo roupas escuras, ambos estavam bem sorridentes.
Além dos irmãos, Alan Miller, advogado do piloto à época,
também está sendo julgado.
Ontem, o dia foi dedicado à
escolha do júri -cinco homens
e sete mulheres, além de cinco
suplentes. Essa, por sinal, seria
a única parte do processo vetada ao público. Agora, qualquer
pessoa pode ir à corte federal de
Miami para assistir às sessões.
Durante os questionamentos
aos possíveis jurados, vários
disseram conhecer o brasileiro
do "Dançando com as Estrelas", programa que ele ganhou
em 2007. Uma mulher afirmou
que o via todas as semanas. Outro candidato votou 12 vezes
para ele vencer. Nenhum deles
foi escolhido. Poucos conheciam Castro Neves como piloto.
Estima-se que o julgamento
dure entre quatro e seis semanas. Nos próximos dias, algumas testemunhas devem ser
chamadas a depor diante do
juiz do caso, Donald Graham.
Entre os que devem ser chamados pela defesa do brasileiro
estão os pilotos Tony Kanaan e
Juan Pablo Montoya, além de
Roger Penske, dono da equipe
pela qual o brasileiro venceu
duas 500 Milhas de Indianápolis e foi vice da Indy em 2008.
Se for condenado por todos
os crimes dos quais é acusado, o
piloto pode pegar até 35 anos
de prisão. No início do ano, em
pré-audiência, ele pagou US$
10 milhões para responder o
processo em liberdade.
Com agências internacionais
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