São Paulo, quarta-feira, 03 de março de 2010

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na hora certa

Triunfo minimiza pressão popular por Ronaldinho

Seleção bate Irlanda, e Dunga ouve poucos e breves pedidos por atleta do Milan

Brasil 2
Irlanda 0


Alexander Joe/France Presse
Sul-africanos, ontem, em Johannesburgo

PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A LONDRES

O apoio de seus jogadores ele já tem, e, ontem, Dunga deu mais um passo para também ter respaldo popular para deixar Ronaldinho fora da Copa.
Mais uma vez, com ótimo desempenho de seus defensores, o Brasil venceu, em Londres, a Irlanda por 2 a 0, no último amistoso antes da convocação final para o Mundial-2010.
Foi o primeiro jogo do time nacional após a retomada da boa forma de Ronaldinho no Milan. E não foi só a vitória que ajudou a afastá-lo da Copa.
A pressão popular pelo jogador foi quase inexistente. Apenas uma parcela ínfima dos brasileiros, maioria no Emirates Stadium, pediu a presença do jogador milanista, de forma breve, ao final da partida.
Pesquisa Datafolha realizada no final de 2009 já demonstrava que ele tinha pouco apoio popular. Só 14% dos entrevistados diziam que Ronaldinho deveria ser, entre os jogadores que não vinham sendo chamados, resgatado para o Mundial.
Mesmo que consiga ser convocado, Ronaldinho vai entrar num time que parece estranho para os padrões brasileiros.
No Brasil de Dunga, quem justifica a fama de craque são seus defensores. Enquanto Robinho, Kaká e Adriano tiveram muitos baixos e poucos altos, o goleiro Júlio César foi seguro contra o jogo aéreo irlandês.
A dupla Lúcio e Juan, junta depois de quase oito meses, não perdeu uma jogada importante. O lateral Maicon, com fôlego impressionante mesmo indo a campo só 48 horas após defender seu clube, articulou as jogadas mais perigosas do Brasil.
A Irlanda mandou a campo praticamente o mesmo time que viu a classificação para a Copa escapar pelo gol com lance de mão do francês Henry, incluindo o astro Robbie Keane. E, no seu tradicional estilo de bolas alçadas para a área, foi mais perigosa no início do jogo.
Em um desses lances, Júlio César fez uma defesa espetacular e evitou o gol dos irlandeses.
Para inverter esse panorama, a seleção tinha os avanços de Maicon como maior arma, mas pecava nas finalizações. Segundo o Datafolha, o Brasil concluiu 23 vezes, só quatro certas.
Para abrir o placar, o time precisou da ajuda do rival e do juiz: aos 44min, Maicon novamente carregou a bola por vários metros e lançou Robinho, impedido. O santista cruzou para a área, e o irlandês Andrews fez um gol contra.
O segundo tempo começou com a mesma pasmaceira dos astros ofensivos brasileiros. Kaká foi mais notado quando bateu boca com um irlandês.
Para acordar a equipe, Dunga mudou o time, com a entrada de Daniel Alves e Grafite.
E o Brasil despertou mesmo. Primeiro, Robinho marcou, mas dessa vez o juiz apontou impedimento. Aos 31min, o santista tabelou com Grafite e tocou rasteiro, com categoria, para fazer o segundo gol.


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