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Pela final, São Caetano e Santos largam "fair play"
Times, que empolgaram no primeiro jogo e se destacam pela ofensividade,
decidem hoje uma das semifinais do Paulista como líderes de indisciplina
MARCUS VINICIUS MARINHO
DA REPORTAGEM LOCAL
As duas equipes protagonizaram no último domingo um dos
jogos mais emocionantes do campeonato. São consideradas técnicas e ofensivas. Mas a verdade é
que, além disso tudo, Santos e São
Caetano se enfrentam sob a sombra da indisciplina, hoje, no Anacleto Campanella, às 16h.
O jogo, que vale uma passagem
às finais do Paulista, será disputado por times que surpreendem
nos números quando o assunto é
mau comportamento. O Santos,
mais faltoso entre os quatro semifinalistas do Paulista, vai ao ABC
com nada menos que sete jogadores pendurados com amarelos, segundo o Datafolha -Claiton,
Alex, Elano, Paulo Almeida, Paulo
César, Renato e Robson.
Já o São Caetano, apesar de só
ter Anderson Lima ameaçado, é
líder geral de cartões recebidos no
campeonato e participou de três
das cinco partidas com mais cartões do Estadual.
O jogo Santos x São Caetano do
último domingo é um exemplo
disso. Embora o empate em 3 a 3
tenha sido apontado por muitos
como a partida mais bonita do
Paulista, foi o segundo jogo com
mais cartões em todo o campeonato: dez. Hoje, estarão em campo dois dos atletas que mais receberam cartão no torneio, Claiton
e Anderson Lima.
"Você pode ter certeza que será
um jogo de pegada. Não dá para
pensar em perder, e o nosso time
sempre marca muito forte", disse
o lateral do São Caetano.
"É o nosso estilo. Não podemos
pegar leve, senão o Diego e o Robinho vão deitar e rolar aqui",
afirmou o zagueiro Dininho.
O técnico do time do ABC segue
a mesma linha. "Não vai ter jeito,
não vai dar para chegar mole",
afirma Muricy Ramalho, que afirma ser fã da escola gaúcha de técnicos, tradicionalmente mais dedicada à marcação. "Sou meio como eles, gosto de jogo duro, de
frio e de campo cheio de barro."
O Santos é considerado a equipe
mais técnica do Paulista, e tem a
segunda maior média de gols do
torneio. No entanto, o time do litoral é o único entre os semifinalistas que figura entre os cinco
mais faltosos do Estadual. No jogo de ida, inclusive, fez mais faltas: 31, contra 20 do São Caetano.
Apesar do lado indisciplinado e
dos esquemas com três volantes
que os dois treinadores armaram
para o primeiro duelo, a partida
teve seis gols e oportunidades para os dois lados. E, para hoje, tanto Muricy Ramalho como Emerson Leão prometem uma postura
ainda mais ofensiva.
"O jogo é na nossa casa e agora
vamos para cima deles, sim. Não
pode ser diferente. Vamos chutar
mais", disse Muricy, cuja equipe
tem a melhor pontaria do torneio
-acerta 48,3% das finalizações.
Leão, que comanda o time que
mais chuta a gol do Estadual (em
média, 23,2 vezes por jogo) diz
também que atacará mais. "Nossa
equipe atua para frente, ainda
mais em um jogo tão decisivo".
O confronto de hoje tem uma
outra novidade: diferentemente
das quartas-de-final, que previam
prorrogação de 30 minutos, agora
o empate leva direto às cobranças
de pênalti, assim como nas finais.
O Paulista não é decidido em pênaltis desde 1975, quando o São
Paulo bateu a Portuguesa.
Jogadores dos dois times descartaram a possibilidade de interromperem a marca histórica.
"Prefiro que a gente ganhe e
acabe antes", diz Serginho, do São
Caetano. "Mas se for para os pênaltis, sei que não quero bater",
afirma, lembrando que perdeu
cobrança nas finais da Libertadores, em 2002, contra o Olimpia.
"Tomara que nossos atacantes
resolvam no jogo e não precisemos ir para os pênaltis. É melhor
que acabe no tempo normal", declarou o goleiro Doni, do Santos,
que tem o melhor retrospecto nas
cobranças entre os goleiros do
Paulista-04: em sua carreira, defendeu 13 de 27 penalidades.
Colaborou Fausto Siqueira,
da Agência Folha, em Santos
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