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Terceira estrela no Santos não seduz ídolos
Clube quer reconhecimento
da Fifa para conquista de 68
JULYANA TRAVAGLIA
DA REPORTAGEM LOCAL
O ex-ponta Edu ainda guarda
o lance na memória. "Tínhamos uma cobrança de falta.
Passei o pé por cima, o Pelé bateu e o goleiro [Ivano Bordon]
espalmou. No rebote, o Toninho Guerreiro marcou", conta.
O também ex-ponteiro Abel
recorda-se só da marcação acirrada. "Nem me lembro direito
do jogo. Só me recordo que tinha um grandalhão que não
desgrudava de mim, nem se eu
fosse para o banheiro", relata.
Memórias precisas ou não, o
Santos tenta fazer da Recopa
Internacional de 1968, que os
dois ex-atletas jogaram, um
Mundial reconhecido pela Fifa.
Na esteira do Palmeiras, que
conseguiu o reconhecimento
da Copa Rio como título mundial, o Santos quer que a taça de
39 anos atrás, obtida com uma
vitória por 1 a 0 sobre a Inter de
Milão, na Itália, valha uma terceira estrela em sua camisa -o
clube tem duas, representando
os Mundiais de 1962 e 1963.
"O Santos fez vários torneios.
Então, o Santos teria uns cinco
ou seis títulos mundiais. Torneio assim [como a Copa Rio], o
Santos já fez um monte", comentou Pelé, maior atleta da
história do clube.
Para conseguir tal façanha e
se igualar ao São Paulo, único
tricampeão mundial no Brasil,
a diretoria do clube reuniu recortes de jornais e relatos da
imprensa esportiva da época e
os enviou a Fifa. O tricampeonato só é reconhecido pela
Conmebol, entidade que dirige
o futebol sul-americano.
Embora o clube brigue para
que a conquista seja aceita como um Mundial, os personagens que viveram aquela partida, já em 1969, e que paralelamente disputavam as finais do
Paulista -competição em que
também se sagraram campeões-, vêem a chance de se
tornarem campeões mundiais
sem grande empolgação.
"Seria melhor se fosse reconhecido naquela época", pondera Edu. "Mas é válido, apesar
de não mudar muita coisa na
minha vida. Não vou ganhar
mais dinheiro, será só mais um
título no meu currículo."
Já Abel Verônico, atual coordenador das categorias de base
do clube, vê a chancela da Fifa
como algo proveitoso apenas
para a agremiação.
"Vai ser bom para o Santos,
que vai ter mais uma estrela. Os
torcedores também vão gostar,
mas não vejo razão pra euforia", falou o ex-ponta, afirmando que, se o Santos convencer a
Fifa e organizar alguma celebração, estará presente.
"Mas se não conseguir não
tem problema. O que passou,
passou. O que eu quero é ver o
Santos ser campeão hoje. Isso é
o que realmente importa."
Colaborou MARIANA CAMPOS , da Agência
Folha, em Santos
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