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Em alta, André Santos se "acha"
Lateral vira referência no Corintians depois de passagens apagadas por Flamengo e Atlético-MG,
Jogador mais acionado e também o que mais cruza e chuta, ele tenta ser de novo decisivo contra o Fortaleza, hoje, pela Copa do Brasil
EDUARDO ARRUDA
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
Nas peladas de rua na pequena cidade catarinense de Biguaçu (28 km de Florianópolis),
André Santos, aos 16 anos, era o
bom. No Corinthians de Mano
Menezes, que hoje, às 21h30,
decide vaga nas oitavas-de-final da Copa do Brasil, contra o
Fortaleza, no Morumbi, ele, aos
25, também é o bom. Mais do
que isso. Ele se sente o bom.
"Isso, para mim, é muito novo. Eu fico feliz pelo reconhecimento de todos. É uma coisa
que você não quer perder. Hoje
eu me sinto um dos principais
jogadores do Corinthians, sim.
Mas as pessoas falam para que
eu não deixe subir a cabeça. É
preciso ser humilde", disse à
Folha, sem falsa modéstia.
A autoconfiança do atleta corintiano é reflexo de sua ascensão meteórica no time alvinegro, sua primeira empreitada
de sucesso em um clube grande
após passagens apagadas por
Flamengo e Atlético-MG.
Em 17 jogos pelo time do Parque São Jorge, André Santos,
de fato, virou a principal referência de uma equipe que demonstra limitações, está perto
da eliminação no Paulista, mas
pode perder até por 1 a 0 para
avançar na Copa do Brasil hoje
à noite no Morumbi.
Na partida de ida, os corintianos venceram o Fortaleza por 2
a 1, no Ceará.
Segundo o Datafolha, o lateral corintiano é o atleta mais
acionado da equipe, com 28,9
bolas recebidas, o que mais realiza cruzamentos (5,9) e o que
mais finaliza (3,1). É também o
segundo maior lançador corintiano e o vice-artilheiro da
equipe, com cinco gols.
"O meu pai analisa tudo o que
eu faço em campo. E ele me deu
os parabéns. Eu dificilmente
erro passes e cruzamentos. E finalizar é uma coisa que aprendi", afirma o atleta, que assume
a postura de homem de referência do time corintiano.
"Os jogadores confiam muito
em mim, por isso sempre me
tocam a bola, porque eles sabem que dificilmente eu vou
errar", acredita o lateral.
Desde 1999, quando passou
na peneira do Figueirense, até
parar no Corinthians, André
Santos modificou o jeito de se
ver em campo e fora dele.
Em Biguaçu, diz, não queria
ser jogador de futebol. Só foi fazer o teste, aos 16 anos, após ser
convencido pelos amigos.
"Fomos em dez amigos. Chegamos lá, tinham mais uns 500.
Pensei que seria difícil passar.
Eu passei, e os outros nove foram dispensados. No dia seguinte, comecei a minha carreira", relembra o lateral.
A partir daí, fala, sua carreira
demorou para evoluir. "Eu jogava e não gostava de me expor,
não gostava de dar entrevistas.
Se fizesse gol ou não, não fazia
diferença. Tinha um pouco de
medo", afirma.
A transformação em jogador
mais decisivo só ocorreu no ano
passado, ainda pelo Figueirense, então sob o comando do técnico Mário Sérgio. "Ele montou
uma linha com três zagueiros e
me deixou muito à vontade e foi
aí que aprendi a atacar e fazer
grandes jogos", diz.
No Corinthians, Mano Menezes também usa André Santos dessa maneira. Com Carlão
atuando como um zagueiro pelo lado esquerdo, André tem liberdade para atacar, joga quase
como uma meia. Foi dessa maneira que decidiu o jogo contra
o Marília, com dois gols, e manteve o Corinthians vivo no
Campeonato Paulista.
"O Mano me mostrou o posicionamento correto. Ele tem
paciência com o atleta e tem me
mostrado o caminho certo", fala André Santos.
"O André [Santos] fez um
grande campeonato pelo Figueirense e aqui tem se destacado. É muito versátil. Sabe jogar com linha de quatro e também com de três jogadores e
conclui muito bem", elogia o
treinador corintiano.
"Eu almejo jogar na seleção e,
para isso, preciso fazer algo diferente. O que eu mais tenho é
autocrítica. Quando eu jogo
mal, sou o primeiro a falar e
apontar meus erros", finaliza.
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