GRACILIANO ROCHA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

Um dia depois do jogo entre Brasil e Peru, a Federação Gaúcha de Futebol não divulgou o público e a renda da partida, disputada anteontem, em Porto Alegre, pelas eliminatórias para a Copa do Mundo de 2010.
Na quarta-feira, a Folha percebeu a existência de clarões em diversos setores do estádio Beira-Rio, o que contrariou a informação do presidente da FGF, Francisco Novelletto, de que restavam à venda pouco menos de 3.000 dos cerca de 48 mil ingressos na noite do jogo.
O preço dos bilhetes da partida das eliminatórias variou entre R$ 70 e R$ 150. A seleção venceu a partida por 3 a 0.
Pouco antes de o jogo começar, cambistas encontravam dificuldades para vender ingressos por até um quarto do valor original, e a organização transferiu torcedores das arquibancadas inferiores para as cadeiras em uma tentativa de disfarçar os muitos espaços vazios.
Esses "buracos" no Beira-Rio só não foram maiores porque 5.000 ingressos foram distribuídos pelos patrocinadores da seleção brasileira.
A justificativa da FGF para não divulgar o público e a renda do jogo ontem ou na noite da partida foi que ainda não havia recebido todos os ingressos que sobraram nos postos de venda para fazer a contabilidade. A federação informou que divulgará os dados do público e da renda hoje.
Questionada, a assessoria da entidade negou que seja possível cambistas devolverem ingressos encalhados porque a distribuição dos bilhetes em lotes menores, e não de uma vez, permitiu o acompanhamento sobre a demanda nas lojas.
Procurada pela reportagem, a rede de lojas Multisom, que vendeu entradas em 50 filiais no Sul, informou que devolveu ontem os ingressos à federação. A empresa preferiu não divulgar o número de entradas que foram vendidas e devolvidas. Além da empresa, a federação também comercializou bilhetes para a partida.



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