São Paulo, sábado, 03 de abril de 2010

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Malásia testa clima na Ferrari

Alonso, depois de ficar atrás de Massa no GP do Austrália, tenta superar companheiro sem estressar

Piloto espanhol tenta provar que relação tumultuada com companheiro de equipe, como ocorreu na Renault e na McLaren, é coisa do passado

TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A SEPANG

A situação não é nova para Fernando Alonso. Famoso pelos problemas de relacionamento com seus companheiros de equipe, o bicampeão começa a viver um momento delicado em sua parceria com a Ferrari.
A partir de agora, terá de mostrar que as más experiências anteriores lhe serviram de algo. E que não pretende repetir o mesmo erro que culminou com sua saída da McLaren após um ano de contrato, quando deveria ter cumprido três.
Depois de um período de "lua de mel" com Felipe Massa, na semana passada, pela primeira vez, enfrentou uma situação de possível conflito. Saindo na frente do companheiro, foi ultrapassado na largada, envolveu-se em um acidente pouco depois e acabou caindo para a última colocação. Fez uma prova de recuperação até chegar -e terminar- atrás de Massa.
Após o GP, foi político.
"Quando cheguei atrás do Felipe, talvez eu pudesse ter sido um pouco mais veloz, mas sabemos que é muito difícil ultrapassar na F-1 e, entre companheiros de time, é sempre bom evitar riscos desnecessários."
Mas apesar do discurso, depois que ficou atrás do brasileiro, na 28ª volta, não chegou a ser consistentemente mais rápido para conseguir realmente passar. Dos 31 giros, foi mais veloz em 16. Massa, em 15.
Fato é que pela primeira vez foi derrotado por Massa.
E foi em situações parecidas a esta, no passado, que o piloto espanhol viu sua relação com as equipes anteriores azedar.
A primeira experiência foi com a Renault, em 2006, ano em que sagrou-se bicampeão.
O primeiro conflito ocorreu no GP dos EUA daquele ano, quando vinha em terceiro e foi ultrapassado pelo então companheiro, Giancarlo Fisichella.
Na sequência perdeu outra posição e acabou em quinto.
Depois, no GP da China, liderava a prova quando teve problemas nos pneus. Fisichella não hesitou e ultrapassou o espanhol, abrindo caminho para Michael Schumacher, rival de Alonso na disputa pelo título, superá-lo também mais tarde.
Insatisfeito com as atitudes do escudeiro e da Renault, chegou a dizer sentir-se sozinho. Apesar do chororô, ficou com o título e trocou a equipe pela McLaren no ano seguinte.
Na escuderia inglesa, porém, a situação foi bem pior. Sua disputa com Lewis Hamilton, que estreava na F-1 em 2007, foi crescendo depois que o inglês passou a superá-lo. Após a segunda vitória de Hamilton, no Canadá, Alonso declarou não se sentir confortável no time.
"Estou numa equipe inglesa, com um colega inglês, que está fazendo um trabalho brilhante.
Eu sabia que toda a ajuda iria para ele", afirmou na ocasião.
A situação ficou insustentável e o espanhol acabou entregando o time à FIA no caso de espionagem em que se envolveu. Perdeu o título e, sem saída, acabou deixando a equipe.
Na Malásia, onde na próxima madrugada disputa a terceira etapa do Mundial, a partir das 5h (de Brasília), Alonso afirmou que nada irá tirar seu foco.
"Cada vez que sento no carro, a cada corrida, minha cabeça pensa: "Em novembro vou ganhar um troféu". Então vou correr com o máximo de concentração para não cometer erros", disse, com firmeza, o espanhol.


NA TV - GP da Malásia
Globo, ao vivo, às 5h de amanhã


FOLHA ONLINE

Confira o grid de largada do GP da Malásia

www.folha.com.br/100921



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