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Malásia testa clima na Ferrari
Alonso, depois de ficar atrás de Massa no GP do Austrália, tenta superar companheiro sem estressar
Piloto espanhol tenta provar que relação tumultuada com companheiro de equipe, como ocorreu na Renault e na McLaren, é coisa do passado
TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A SEPANG
A situação não é nova para
Fernando Alonso. Famoso pelos problemas de relacionamento com seus companheiros
de equipe, o bicampeão começa
a viver um momento delicado
em sua parceria com a Ferrari.
A partir de agora, terá de
mostrar que as más experiências anteriores lhe serviram de
algo. E que não pretende repetir o mesmo erro que culminou
com sua saída da McLaren após
um ano de contrato, quando
deveria ter cumprido três.
Depois de um período de "lua
de mel" com Felipe Massa, na
semana passada, pela primeira
vez, enfrentou uma situação de
possível conflito. Saindo na
frente do companheiro, foi ultrapassado na largada, envolveu-se em um acidente pouco
depois e acabou caindo para a
última colocação. Fez uma prova de recuperação até chegar
-e terminar- atrás de Massa.
Após o GP, foi político.
"Quando cheguei atrás do Felipe, talvez eu pudesse ter sido
um pouco mais veloz, mas sabemos que é muito difícil ultrapassar na F-1 e, entre companheiros de time, é sempre bom evitar riscos desnecessários."
Mas apesar do discurso, depois que ficou atrás do brasileiro, na 28ª volta, não chegou a
ser consistentemente mais rápido para conseguir realmente
passar. Dos 31 giros, foi mais
veloz em 16. Massa, em 15.
Fato é que pela primeira vez foi derrotado por Massa.
E foi em situações parecidas
a esta, no passado, que o piloto
espanhol viu sua relação com as
equipes anteriores azedar.
A primeira experiência foi com a Renault, em 2006, ano em que sagrou-se bicampeão.
O primeiro conflito ocorreu
no GP dos EUA daquele ano,
quando vinha em terceiro e foi
ultrapassado pelo então companheiro, Giancarlo Fisichella.
Na sequência perdeu outra posição e acabou em quinto.
Depois, no GP da China, liderava a prova quando teve problemas nos pneus. Fisichella
não hesitou e ultrapassou o espanhol, abrindo caminho para
Michael Schumacher, rival de
Alonso na disputa pelo título,
superá-lo também mais tarde.
Insatisfeito com as atitudes
do escudeiro e da Renault, chegou a dizer sentir-se sozinho.
Apesar do chororô, ficou com
o título e trocou a equipe pela
McLaren no ano seguinte.
Na escuderia inglesa, porém,
a situação foi bem pior. Sua disputa com Lewis Hamilton, que
estreava na F-1 em 2007, foi
crescendo depois que o inglês
passou a superá-lo. Após a segunda vitória de Hamilton, no
Canadá, Alonso declarou não se
sentir confortável no time.
"Estou numa equipe inglesa, com um colega inglês, que está fazendo um trabalho brilhante.
Eu sabia que toda a ajuda iria
para ele", afirmou na ocasião.
A situação ficou insustentável e o espanhol acabou entregando o time à FIA no caso de
espionagem em que se envolveu. Perdeu o título e, sem saída, acabou deixando a equipe.
Na Malásia, onde na próxima
madrugada disputa a terceira
etapa do Mundial, a partir das
5h (de Brasília), Alonso afirmou que nada irá tirar seu foco.
"Cada vez que sento no carro,
a cada corrida, minha cabeça
pensa: "Em novembro vou ganhar um troféu". Então vou correr com o máximo de concentração para não cometer erros", disse, com firmeza, o espanhol.
NA TV - GP da Malásia
Globo, ao vivo, às 5h de amanhã
FOLHA ONLINE
Confira o grid de largada
do GP da Malásia
www.folha.com.br/100921
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