São Paulo, domingo, 03 de abril de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

TOSTÃO

Dissimulado


As entrevistas de Adriano são dissimulações. O que ele fala não coincide com os fatos


NO CORINTHIANS, Adriano continuará irresponsável, gordo, faltando a treinos e infringindo as leis ou será um bom profissional, com direito a se divertir nos dias de folga, mas sem criar confusões?
Gilmar Rinaldi, ex-agente do atacante, disse, com palavras mais amenas, que levou uma rasteira do empresário Ronaldo, seu companheiro na Copa de 1994, que lhe teria roubado o cliente, Adriano. Ronaldo negou.
Gilmar falou ainda que Adriano tem problemas psicológicos, que às vezes fica triste e/ou bebe demais, que precisa de tratamento, mas que o médico não afirmou que ele é alcoólatra ou que tenha depressão. Adriano confirmou que tem problemas e, pela milésima vez, falou que está curado.
As entrevistas de Adriano são simulações, dissimulações e mitomanias. Qualquer psicólogo de botequim sabe que o que Adriano diz não coincide com os fatos nem com a realidade.
Quando Patrícia Poeta lhe perguntou no "Fantástico" se ele não faltaria aos treinos, Adriano deu uma risadinha dissimulada e disse: "Vou tentar".
Independentemente da gravidade de seus problemas, Adriano precisa, se ainda não foi, ir a um médico especializado, para ter diagnóstico e tratamento corretos, mesmo que isso o impeça de jogar por certo tempo. E que também lhe diga as verdades.
Antes de médicos e treinadores dizerem que não há explicação para a má forma de qualquer atleta, deveriam investigar se existem problemas psicológicos. Eles são muito comuns.
Os jogadores não costumam falar sobre isso porque muitos são machistas, acham que isso acontece só com as mulheres, além do medo de serem rotulados de fracos e incapazes.
O apelido de Imperador, dado na Itália, fez mal a Adriano. Contribuiu para ele perder a identidade e ficar mais confuso. Às vezes, diz e age como uma pessoa simples, que quer encontrar seus amigos de infância, de favela. Outras vezes, veste-se de um imperador inconsequente, prepotente, como se o mundo estivesse a seus pés.
Muitos torcedores, por ingenuidade, dirigentes e empresários, por quererem lucrar em seus investimentos, e parte da imprensa, que quer promover o jogador e aumentar a audiência, não deveriam tratar Adriano como um incompreendido, coitadinho, vítima, sem maldade no coração.
A irresponsabilidade e as noitadas do jogador tornaram-se folclore, notícia e motivo de piadas. Adriano reclama e, ao mesmo tempo, parece gostar disso.
Sente-se um imperador.


Texto Anterior: Espanhol: Mourinho perde a 1ª em casa em 9 anos, e Barcelona abre vantagem
Próximo Texto: MotoGP: Categoria estuda novas medidas de segurança
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.