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BOXE
"Sugar" Ray Robinson
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
Hoje em dia é comum esse
ou aquele pugilista preceder
seu nome com o apelido ""Sugar".
Pode ser por pura vaidade, um
truque de marketing de seu empresário ou um apelido dado por
membros da imprensa (geralmente precocemente). Há tantos
que corre-se o risco de adquirir
diabetes: "Sugar" Shane Mosley,
"Sugar" Ray Leonard, talvez o
mais popular, e ""Sugar" Ray Seales estão entre os mais notáveis.
O "Sugar" verdadeiro, o original, no entanto, foi Ray Robinson, cujo nome era Walker Smith
Jr. e que hoje estaria completando
seu 81º aniversário. Ele foi um dos
maiores responsáveis por elevar o
boxe à condição de arte (e quem
nega que o pugilismo seja uma
arte nobre ao assistir apresentações de Leonard, Wilfred Benitez
ou Pernell Whitaker?).
Verdade, o pioneiro da técnica
foi o ex-campeão dos pesados
Jack Johnson, no século retrasado,
mas, para se ter idéia da importância de Robinson, o próprio ex-campeão dos pesados Muhammad Ali, famoso pelo estilo dançarino, reconhece que uma das
maiores influências em sua forma
de combater foi "Sugar" Ray.
E Ali não está só. A vasta maioria dos especialistas aponta Robinson como simplesmente o melhor pugilista de toda a história,
com base em seu estilo, inteligência, habilidade, rapidez, combinações de golpes que às vezes chegavam a dez, ""queixo", coragem,
pegada, ""instinto assassino" e os
cinturões como campeão dos
meio-médios e médios (isso em
uma época na qual havia somente uma versão do título mundial e
menos categorias de peso).
Seu currículo, praticamente um
quem é quem dos campeões das
décadas de 40, 50 e 60 (pode checar, estão todos lá, Henry Armstrong, Jake "Touro Indomável"
LaMotta, Rocky Graziano, Carmen Basílio, Fritzie Zivic, Kid Gavilan, Randy Turpin, Bobo Olson,
Marty Servo, Sammy Angott,
Tommy Bell etc), registra 175 vitórias, 109 nocautes, 19 derrotas e
6 empates. E, com exceção de Basílio, Robinson nocauteou todos
os campeões dos médios da década de 50. Mas o mais impressionante é o fato de ter sofrido só
uma derrota por nocaute (técnico), quando não voltou para seguir combate com o campeão dos
meio-pesados Joey Maxim.
Uma curiosidade com relação à
sua carreira é o fato de Robinson
ser mais lembrado como campeão dos médios, onde experimentou cinco reinados (o que significa que teve de perder o cinturão primeiro para recuperá-lo
posteriormente) do que dos meio-médios (foi dono do cinturão no
período entre 46 a 51).
A publicação especializada
"The Ring", também conhecida
como a Bíblia do boxe, afirma
que a única coisa que Robinson
poderia ter feito para melhorar
sua posição seria ""caminhar sobre a água".
Quando pediam a Cus D'Amato, mentor de Mike Tyson, que fizesse uma lista dos dez melhores
lutadores de todos os tempos, o
veterano costumava afirmar que
Robinson tinha de ser incluído
em uma classe própria, pois ""há
"Sugar" Ray Robinson, e então os
outros dez [melhores de todos os
tempos".
Há cerca de dois anos, a Associated Press organizou uma votação, da qual participaram os treinadores Angelo Dundee, Eddie
Futch, Lou Duva, Gil Clancy e o
historiador Don Chargin. Adivinhem quem é que foi apontado
como o melhor?
Programação 1
O veterano norte-americano Tony Ayala, que foi uma das maiores
promessas na década de 80 e que passou anos na prisão por acusação de violência sexual, segue em seu retorno ao ringue. Hoje, Ayala, que tem 29 vitórias e 1 derrota, enfrenta Urbano Gurrola, cujo
cartel registra 18 vitórias e 8 derrotas. O ex-campeão dos superpenas pela AMB Roberto Garcia luta na preliminar, nos EUA.
Programação 2
Prosseguindo em seu papel de ""escada" para lutadores em ascensão, Juan Macias, ex-adversário de Acelino Freitas, o Popó, enfrenta hoje Miguel Coto, no Cassino Orleans. Coto está invicto com 8
vitórias, e Macias tem 26 vitórias, 16 derrotas e 2 empates.
Programação 3
Pelo títulos dos moscas da OMB (Organização Mundial de Boxe),
lutam amanhã Adonis Rivas e Jair Jimenez, na Nicarágua.
E-mail eohata@folhasp.com.br
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