São Paulo, segunda-feira, 03 de maio de 2004

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Equipe de Oswaldo de Oliveira briga em campo, fora dele, leva goleada e reabilita o Palmeiras

No clássico da crise, pior mesmo foi o Corinthians

Eduardo Knapp/Folha Imagem
O palmeirense Pedrinho comemora seu gol diante do corintiano Rincón, o segundo da equipe na goleada de ontem no Morumbi


DA REPORTAGEM LOCAL

"Vimos eles [corintianos] brigando entre si, o que nos motivou. Aquilo não pode ser bom para eles. Aproveitamos", disse o palmeirense Pedrinho.
O Palmeiras agradece o descontrole que tomou conta do Corinthians. Após o maior jejum do mais tradicional clássico paulista desde o início do profissionalismo no futebol nacional, em 1933, o time de Oswaldo de Oliveira foi batido por 4 a 0 no Morumbi com seus jogadores desesperados.
A segunda goleada seguida sofrida pelo Corinthians, vista por 28.644 pagantes -o maior público de clássicos paulistas nos últimos 13 meses-, teve contornos dolorosos. Desde 2000 o clube não era batido pelo rival -havia mais de um ano e um mês que os rivais não se enfrentavam.
Anderson e Renato discutiram com aspereza quando jogo estava 0 a 0 -se o juiz quisesse, poderia até ter advertido os dois. Depois, Renato também discutiu com Gil.
Rincón, que fez o gol inicial do jogo (contra), deixou o gramado no intervalo nervoso e partiu para cima de um repórter antes de entrar no vestiário. O mesmo fez o goleiro Fábio Costa, que irritara seus companheiros ao chamá-los de ""juvenis'" após os 4 a 0 diante do Grêmio na quarta-feira.
Ontem, o treinador corintiano também discutiu com torcedores na saída do Morumbi.
Em 2000, Oliveira foi condenado no Corinthians após ser eliminado da Libertadores pelo Palmeiras. O tropeço de ontem diante do grande rival pode custar de novo o cargo do treinador.
O time corintiano ocupa apenas a 19ª colocação no Brasileiro e está perto da zona de rebaixamento -quatro equipes serão rebaixadas. O clube, que quase caiu no Paulista, sofreu 12 gols e tem a segunda pior defesa do Brasileiro.
Para piorar, os próximos jogos do Corinthians são fora de casa. Primeiro, pega o Fortaleza na Copa do Brasil, quando pode ser eliminado -só empatou em 0 a 0 em São Paulo. Depois, encara o Atlético-MG pelo Nacional.
Um alento para o corintiano que teme o rebaixamento é que o Coritiba pode perder hoje pontos no tapetão e ficar com pontuação negativa -o RJ, que tem três times na zona de descenso, também festejará. A torcida, que em março atirou ovos no elenco corintiano, protesta contra o grupo e contra os dirigentes do clube.
Embora a crise, antes do jogo, fosse comum -os dois times chegaram ao clássico exibindo suas campanhas mais fracas em início de Nacional-, o Palmeiras alcançou a redenção com a goleada. O time, que não havia vencido ninguém até agora no Brasileiro, subiu para o 11º lugar e afastou a crise que deixava o técnico Jair Picerni em situação desconfortável.
E o Corinthians é o responsável por isso. E o time também contribuiu para a rodada bater recorde de gols neste Nacional -foram 34, média de 2,83 por jogo.


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