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Homens da Vila
Time jovem, ousado e arisco muda em campo diante de um adversário perigoso, vive instantes de sufoco, mas conquista o Estadual
Ricardo Nogueira/Folha Imagem
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Ganso abraça Neymar na
comemoração do primeiro gol do Santos, no Pacaembu
LUCAS REIS
MARTÍN FERNANDEZ
RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Um ataque de cem gols no
ano, dribles em sequência, tabelas envolventes, letras, danças comemorativas. O Santos
deu espetáculo no Paulista-2010. Mas, em desvantagem na
decisão, ganhou o título com
raça, inteligência e catimba.
Foi assim na final contra o
Santo André, em que o time
perdeu por 3 a 2, mas levou o
campeonato. Com dois resultados iguais -o primeiro jogo teve o mesmo placar, a favor dos
santistas-, a equipe do litoral
ficou com a taça por ter melhor
campanha na primeira fase.
Emergem como principais
nomes da conquista as revelações Neymar e Ganso, que os
torcedores pedem na seleção
brasileira. Um foi o artilheiro
de gols bonitos, dois na final. O
outro, o condutor do time.
Com o repatriado Robinho
como coadjuvante, levaram o
time aos 72 gols no Paulista,
média de 3,13 por jogo.
Futebol ofensivo possível
graças às escalações do técnico
Dorival Jr., que eliminou volantes em favor de meias e atacantes. "Seria uma injustiça
com o futebol se o Santos não
fosse campeão", disse ele.
Mas, na decisão, foi preciso
mais do que ofensividade.
Contra um adversário mais
organizado, o Santos tomou um
gol com menos de um minuto
de jogo. O time ficou nervoso,
com excessivas quedas e pedidos de cartão aos rivais.
Acabou com só oito em campo -Léo, Marquinhos e Roberto Brum foram expulsos.
Em desvantagem, o time santista foi mais inteligente para
cozinhar o rival. Seus jogadores
cavavam faltas, seguravam a
bola no ataque e recuavam à defesa. Seu símbolo foi o meia
Ganso, que demonstrou maturidade e esperteza para controlar os adversários.
"Nosso time tinha que fazer
isso quando perdeu atletas",
explicou o atacante André, que
não foi titular nas duas finais.
O título faz do Santos o maior
vencedor do Paulista nesta década, ao lado do Corinthians,
com três conquistas. É a 18ª taça estadual da história do time.
Assim como os corintianos
em 2009, com o ressurgimento
de Ronaldo, o time santista elevou a importância do Paulista.
Provou que é possível ser
campeão com futebol francamente ofensivo. Mais: mostrou
dois craques para o mundo.
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