São Paulo, segunda-feira, 03 de maio de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Prancheta do PVC

PAULO VINICIUS COELHO pvc@uol.com.br

A cruz e a espada

DORIVAL Júnior ficou na história do ano de 2010 como o técnico responsável pela montagem do time mais ofensivo do Brasil em uma década e meia.
Desde que o Palmeiras de 1996 marcou 102 gols no Paulistão, em 30 partidas, não havia equipe com média de gols tão alta. O Santos é também o primeiro campeão paulista no 4-3-3 desde o São Paulo de Telê, em 1991.
E, então, o Santos teve dois jogadores expulsos na decisão do campeonato.
A primeira providência do treinador não foi rechear o meio-campo, mas manter Arouca e Rodrigo Mancha na marcação a Branquinho e Bruno César, com Robinho desdobrando-se para acompanhar Carlinhos.
Até que Robinho demonstrou cansaço e saiu. Arouca foi deslocado para a lateral-direita, Neymar e André jogavam no ataque. A ideia era ter marcação e contra-ataque.
Só que a marcação não dava conta, o time não recuperava as bolas que permitiram o contra-ataque e Dorival Júnior, o técnico que montou o melhor time do país neste ano, mandou Roberto Brum para o aquecimento.
Sabe o que ele virou?
Na mesma hora, o maior retranqueiro da paróquia.
Não há maneira de montar uma equipe que seja sempre ofensiva, nem que queira apenas defender-se. Nem há maneira de assistir a um jogo desconsiderando as condições da partida.
O Santo André esteve perto de tirar do Santos o título paulista, usando o lado esquerdo, quando o Santos não tinha lateral. Foi por isso que Dorival Júnior colocou Roberto Brum na vaga de Neymar. Não adiantou. Brum, em vez de proteger, desguarneceu o Santos, ao cavar seu próprio cartão vermelho e quase a sepultura santista.
Entre os cornetas do treinador santista, ontem, o melhor foi o meia Paulo Henrique Ganso, ao saber que seria retirado de campo, depois da expulsão de Brum: "Eu, não! Tira o André". Há momentos em que é melhor tirar o atacante. Aos 40 minutos do segundo tempo, perdendo por 3 a 2, o Santos estava a um gol de pagar o maior mico da história do Paulistão.
Defender era o único jeito de ficar na história como ficou: o time mais ofensivo do Estado em 15 anos.



DUETO EM MINAS
Não é só Diego Tardelli, de gols belíssimos, sempre em toques de primeira. É também de Luxemburgo. Verdade que a medida exata do trabalho se dará na Copa do Brasil, na quarta-feira. Mas é de se louvar a montagem de um time sem elenco excepcional, que dá ao Atlético seu terceiro Estadual na década.


TABU GAÚCHO
O Inter não vence o Gauchão jogando no Olímpico desde os 2 a 0 de 1982. Poupou titulares e recolheu-se à inferioridade contra uma equipe mais bem montada, como o Grêmio de Silas. Douglas cresce de produção e falta só definir o segundo armador para o Brasileiro. Leandro é mais atacante.


QUASE CAMPEÃO
O Chelsea é um dos mais antigos representantes do 4-3-3 no futebol mundial. Joga neste esquema desde que José Mourinho chegou à Inglaterra, em 2005, vindo da conquista da Copa dos Campeões pelo Porto. Ancelotti, fama de retranqueiro, não recuou a equipe. Ao contrário, o time londrino precisa fazer apenas dois gols na última rodada para chegar à marca de 97 e concluir a campanha com o melhor ataque da história da Premier League.


Texto Anterior: Festa adiantada: antes do jogo, time do litoral já comemorava
Próximo Texto: Juca Kfouri: Justo por tudo, lindo
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.