São Paulo, domingo, 03 de junho de 2007

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do avesso

Clássico dá chance a outros meninos

Com time recheado de jovens atletas, Corinthians busca consolidação contra um Santos concentrado na Libertadores

Primeiro duelo no Brasileiro de 2007 entre santistas e corintianos reproduz, ao contrário, situação vivida por rivais na decisão de 2002

JULYANA TRAVAGLIA
PAULO GALDIERI

DA REPORTAGEM LOCAL

Há quase cinco anos, um time formado por garotos desconhecidos, dirigido por um treinador desacreditado, atormentava uma equipe sólida e repleta de medalhões, regida por um ex-técnico da seleção brasileira, campeão mundial em 1994.
Hoje, às 16h, na Vila Belmiro, esse cenário pode se repetir novamente com Santos e Corinthians. Mas com uma troca de papéis entre os personagens no novo capítulo do clássico.
No Brasileiro de 2002, o Santos de Emerson Leão chegou à final do Nacional contra o Corinthians sem muita estrutura, depois de ter se classificado na oitava e última colocação para a fase decisiva da competição.
Em campo, a equipe litorânea tinha Diego, então com 17 anos, envergando a camisa 10 que foi de Pelé. No ataque, um franzino e também desconhecido Robinho, 18, fazia graça na frente de atletas rodados, como Rogério e Vampeta.
Aquele time de jovens bateu o favorito Corinthians de Carlos Alberto Parreira, que vinha como o grande papa-títulos da temporada (vencera a versão estendida do Torneio Rio-São Paulo e a Copa do Brasil).
Agora é o Corinthians que aposta num time "de futuro" e nas mãos de Paulo César Carpegiani, que, assim como Leão no Santos naquele Brasileiro de 2002, chegou ao Parque São Jorge sob olhares desconfiados e para comandar jogadores ainda em fase de afirmação.
E é o Corinthians o time que vive a fase de ascensão, invicto e com a melhor defesa do Nacional. Em três jogos, conquistou sete pontos e não viu a bola balançar o fundo de sua rede nem uma vez sequer.
A chance de os garotos corintianos -a equipe tem média de idade de 24 anos- se consolidarem com uma vitória em seu primeiro grande teste cresceu se levados em conta os prognósticos de antes do Nacional.
Isso porque o até há pouco tempo badalado e quase imbatível Santos chega para o encontro em seu estádio em um momento delicado. Com apenas três pontos no Brasileiro e ainda de cabeça inchada pela derrota para o Grêmio (2 a 0) na primeira partida da semifinal da Taça Libertadores.
"Quando a gente joga lá na Vila é complicado. Mas o Corinthians está com um grupo diferente", diz o meia Rosinei.
Vanderlei Luxemburgo, porém, não vê o clássico como um problema que tenha entrado na sua rota em um momento errado. "O Santos está preparado para jogos importantes. E o clássico do Brasileiro já estava na tabela", justifica o treinador, cujas atenções estão mais voltadas à competição continental -prioridade no clube da Baixada Santista nesta temporada.
Vencer o Santos na Vila Belmiro não dará o título ao Corinthians. Mas um triunfo corintiano renderá a Carpegiani os louros de ter passado por cima do badalado elenco do Santos.


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