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do avesso
Clássico dá chance a outros meninos
Com time recheado de jovens atletas, Corinthians busca consolidação contra um Santos concentrado na Libertadores
Primeiro duelo no Brasileiro de 2007 entre santistas e corintianos reproduz, ao contrário, situação vivida por rivais na decisão de 2002
JULYANA TRAVAGLIA
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
Há quase cinco anos, um time formado por garotos desconhecidos, dirigido por um treinador desacreditado, atormentava uma equipe sólida e repleta de medalhões, regida por um
ex-técnico da seleção brasileira, campeão mundial em 1994.
Hoje, às 16h, na Vila Belmiro,
esse cenário pode se repetir novamente com Santos e Corinthians. Mas com uma troca de
papéis entre os personagens no
novo capítulo do clássico.
No Brasileiro de 2002, o Santos de Emerson Leão chegou à
final do Nacional contra o Corinthians sem muita estrutura,
depois de ter se classificado na
oitava e última colocação para a
fase decisiva da competição.
Em campo, a equipe litorânea tinha Diego, então com 17
anos, envergando a camisa 10
que foi de Pelé. No ataque, um
franzino e também desconhecido Robinho, 18, fazia graça na
frente de atletas rodados, como
Rogério e Vampeta.
Aquele time de jovens bateu
o favorito Corinthians de Carlos Alberto Parreira, que vinha
como o grande papa-títulos da
temporada (vencera a versão
estendida do Torneio Rio-São
Paulo e a Copa do Brasil).
Agora é o Corinthians que
aposta num time "de futuro" e
nas mãos de Paulo César Carpegiani, que, assim como Leão
no Santos naquele Brasileiro de
2002, chegou ao Parque São
Jorge sob olhares desconfiados
e para comandar jogadores ainda em fase de afirmação.
E é o Corinthians o time que
vive a fase de ascensão, invicto
e com a melhor defesa do Nacional. Em três jogos, conquistou sete pontos e não viu a bola
balançar o fundo de sua rede
nem uma vez sequer.
A chance de os garotos corintianos -a equipe tem média de
idade de 24 anos- se consolidarem com uma vitória em seu
primeiro grande teste cresceu
se levados em conta os prognósticos de antes do Nacional.
Isso porque o até há pouco
tempo badalado e quase imbatível Santos chega para o encontro em seu estádio em um
momento delicado. Com apenas três pontos no Brasileiro e
ainda de cabeça inchada pela
derrota para o Grêmio (2 a 0)
na primeira partida da semifinal da Taça Libertadores.
"Quando a gente joga lá na
Vila é complicado. Mas o Corinthians está com um grupo
diferente", diz o meia Rosinei.
Vanderlei Luxemburgo, porém, não vê o clássico como um
problema que tenha entrado na
sua rota em um momento errado. "O Santos está preparado
para jogos importantes. E o
clássico do Brasileiro já estava
na tabela", justifica o treinador,
cujas atenções estão mais voltadas à competição continental
-prioridade no clube da Baixada Santista nesta temporada.
Vencer o Santos na Vila Belmiro não dará o título ao Corinthians. Mas um triunfo corintiano renderá a Carpegiani os
louros de ter passado por cima
do badalado elenco do Santos.
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